O Palmeiras e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se posicionaram totalmente contrários à punição imposta pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) ao Cerro Porteño por conta do episódio de racismo envolvendo os jogadores Luighi e Figueiredo, do clube paulista, que ocorreu durante o duelo entre as duas equipes pela Copa Libertadores Sub-20 na última quinta-feira (6).
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Na sexta-feira (7), Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e a CBF já haviam exigido medidas rigorosas da entidade que comanda o futebol sul-americano contra o clube paraguaio. No entanto, a decisão da Conmebol, que veio apenas no domingo (9), não agradou nada, nem ao Palmeiras nem à CBF.
Em resumo, a Conmebol impôs uma multa de US$ 50 mil, que deverá ser paga pelo Cerro Porteño no prazo de 30 dias, e também proibiu a entrada de torcedores do clube nos demais jogos da equipe na edição deste ano da Libertadores Sub-20. Além disso, a entidade exigiu que o Cerro Porteño publique nas redes sociais oficiais do clube uma campanha de comunicação para conscientizar contra o racismo durante a atual edição do torneio, da qual deverão participar todos os jogadores do time Sub-20.
Por fim, ameaçou que, em caso de reincidência, o clube poderá ser punido de forma mais severa. A questão é que a torcida do Cerro Porteño já é reincidente há algum tempo. E pior: a Conmebol ainda deu ao time paraguaio a oportunidade de entrar com um recurso perante o Comitê de Apelações da entidade contra as medidas impostas.
Veja a íntegra do comunicado da Conmebol aqui.
Palmeiras e CBF
Não demorou muito para que tanto Palmeiras como CBF se manifestassem de forma veemente sobre a decisão da Conmebol. O clube paulista considerou as punições “extremamente brandas”. Mais abaixo, falou em “penas inócuas diante da gravidade dos fatos ocorridos e, portanto, insuficientes para combater os reiterados casos de discriminação racial no futebol sul-americano”.
“As sanções ao Cerro Porteño, em vez de servirem ao propósito de coibir um problema seríssimo, na prática demonstram a conivência das entidades com um crime que vem se repetindo incessantemente, bem como a falência de um sistema penal incapaz de punir com o rigor necessário os crimes de racismo cometidos dentro de campo e nas arquibancadas”, enfatizou o Palmeiras, em suas redes sociais.
Por fim, o clube ainda reiterou que “acionará as entidades máximas do futebol mundial [Fifa] e levará o episódio às últimas instâncias para que o futebol sul-americano possa, enfim, tornar-se um ambiente de tolerância zero ao racismo”.
A CBF, por sua vez, se disse indignada com as punições impostas pela Conmebol.
“A decisão não combate com o rigor necessário a discriminação racial ocorrida, mas, lamentavelmente, incentiva a prática de novos atos criminosos ante a ineficácia das penalidades aplicadas, sobretudo a um clube reincidente, porque só atinge a equipe Sub-20 do clube denunciado que está muito provavelmente apenas a um jogo de encerrar sua participação na competição, tornando a já insignificante penalidade, sem serventia”.
Mais abaixo, a entidade que comanda o futebol brasileiro ressaltou que “adotará todas as medidas cabíveis face ao descumprimento do Protocolo Global Antirracismo da Fifa pela Conmebol, cuja aplicação é obrigatória conforme a Circular nº 1884, enviada em 16 de maio de 2024, para todas as 211 (duzentas e onze) associações membros da Fifa”.
Veja a íntegra do comunicado oficial da CBF aqui.
Próximos dias
Nesta segunda-feira (10) e nos próximos dias, o caso de racismo envolvendo os atacantes Luighi e Figueiredo deverá ter novos capítulos. Palmeiras e CBF já exigiram da Fifa uma punição mais rigorosa contra o Cerro Porteño, com atitudes como a interdição do estádio e a exclusão do clube do torneio.