O Ibope Repucom divulgou estudo de mapeamento de patrocínio dos uniformes dos clubes da Série A do Brasileirão. Em 2021, segundo a pesquisa, os times estamparam 172 patrocinadores diferentes no uniforme, o que representa aumento de 19% em relação a 2020, quando 145 marcas foram divulgadas.
Com isso, as equipes fizeram parcerias, em média, com 8,6 empresas ao longo da temporada. Em 2020, os clubes haviam atraído em média 7,3 marcas no ano.
“O ano de 2021 foi mais que o ano da retomada do calendário e de certa normalidade. Foi um período de retomada também do otimismo e de ótimas perspectivas”, acredita Arthur Bernardo Neto, head do Ibope Repucom.
Outro fator positivo para aumentar o faturamento dos times é que a taxa de permanência, ou seja, empresas que patrocinaram um time em 2020 e permaneceram no uniforme no ano seguinte, foi de 61%. Na temporada 2020, que só terminou no início do ano passado por causa do adiamento dos jogos, esse índice havia sido de 49%.
“Vimos algumas tendências se confirmarem, como o segmento de apostas esportivas passar a liderar, em volume de marcas e contratos, os patrocínios máster na Série A”, afirmou o executivo, lembrando que o setor estampou o espaço nobre de sete equipes: América-MG, Atlético-GO, Atlético-MG, Bahia, Fluminense, São Paulo e Sport.
Além de patrocínios permanentes, os clubes fecharam 48 contratos pontuais, mais do que dobrando a quantidade obtida em 2020 (23).
“O volume de contratos pontuais aumentou 109% durante 2021 e torcemos para que estes tenham tido uma ótima experiência e que repitam ou ampliem seus contratos no próximo ciclo”, declarou Bernardo Neto.
Muito em função desses contratos, os clubes que somaram maior quantidade de marcas diferentes no uniforme foram Fortaleza (26), Chapecoense (22), São Paulo (20), Juventude (18) e Sport (18). O Fortaleza lidera este quesito desde 2019.
Os locais com maior exposição no uniforme foram a frente superior, com 56 marcas, e o calção, com 48 empresas. A frente superior já havia sido a “campeã de vendas”, em 2020, com 41 patrocinadores.
O segmento imobiliário, construção e acabamento dominou em volume de marcas diferentes nos uniformes da Série A em 2021. O setor, que em 2020 teve 26 marcas nos uniformes da Série A (aumento de 56% em relação a 2019), totalizou 30 marcas únicas em 2021, aumento de 15% em relação à temporada anterior.
Dentro desse segmento, o destaque é a categoria de tintas, que liderou pelo segundo ano consecutivo. Foram seis marcas patrocinando times no Brasileirão 2021.
O segmento financeiro, que até 2019 foi o setor com mais marcas nos uniformes, nas últimas duas temporadas caiu para a segunda posição. Seja com bancos tradicionais ou digitais, financeiras, consórcios, capitalização, seguros ou meios de pagamento, o setor financeiro totalizou 20 marcas investindo na elite do futebol nacional, distribuídas em 39 acordos de patrocínio, em 2021. O número é igual ao de 2020, quando também 20 marcas estamparam seus logotipos nos uniformes dos clubes.
Ainda sob os impactos da pandemia de Covid-19, o setor de serviços de saúde foi, pelo segundo ano consecutivo, o segundo colocado em volume de marcas nas camisas dos clubes da Série A empatado com o financeiro. Ao todo, entre laboratórios, planos de saúde, clínicas e farmácias, foram 20 marcas diferentes, distribuídas em 35 acordos de patrocínios, uma variação de 17% em relação ao ano anterior.
Vieram a seguir o setor de alimentos, com 14 marcas, e os sites de apostas, que dominaram os patrocínios máster, com 11. O segmento de varejo veio logo a seguir, com nove marcas. Já o setor de agronegócio ganhou importância na temporada, com seis patrocínios, distribuídos entre Chapecoense (3), Juventude (1), Cuiabá (1) e Athletico (1).
O segmento já conquistou relevância em 2022. Graças a um acordo com do Grupo Taunsa, o Corinthians pôde viabilizar a contratação do volanteo Paulinho.