A Premier League decidiu iniciar um debate sobre fair play financeiro, que pode resultar em mudanças significativas nos planos dos clubes e dos investidores do futebol inglês. Pela primeira vez, a liga negocia meios de limitar os gastos dos times com seus elencos. As discussões ocorrem alguns meses depois de a Uefa anunciar medidas parecidas nessa direção.
O controle a ser adotado pela Premier League estará em sintonia com a regra de custo de elenco que será implantada a partir deste ano pela Uefa. O cálculo possui um declínio gradual, de modo que, no fim, nenhum clube possa gastar mais de 70% de sua renda com plantel esportivo. Isso inclui salário de jogadores e técnicos, pagamentos a agentes e custos relativos a contratações.
Fair play flexível
Por outro lado, a Premier League será mais flexível que a Uefa e tentará dar margem para que seus clubes continuem contratando grandes estrelas. A intenção é evitar a queda na competitividade entre as equipes que desejam se destacar na Europa.
Um dos objetivos da nova regra de fair play financeiro é corrigir as disparidades financeiras entre os clubes da Championship (segunda divisão) e os da Premier League. Os planos incluem um acordo com a English Football League (EFL), gestora da segunda divisão, que passaria a receber um repasse maior de dinheiro em troca da adoção de medidas de controle de gastos pelos clubes. O aporte de recursos é uma cobrança que vem sendo feita pela EFL desde a pandemia.
Vale destacar que a Premier League dominou o mercado de transferência no verão europeu, com gastos recordes de € 2,128 bilhões, aproveitando a maior entrada de renda em relação a seus rivais do Big 5, expressão criada para se referir às ligas de Espanha, Itália, França, Alemanha e da própria Inglaterra.