No esporte, as comparações entre atletas de diferentes gerações sempre foram comuns. Quem está iniciando em uma modalidade, volta e meia acabará sendo equiparado (para o bem ou para o mal) com quem o antecedeu. Chamado hoje de Rei do Futebol, o próprio Pelé passou por essa situação aos 16 anos de idade, quando foi chamado de “o Domingos da Guia do ataque” em uma crônica do escritor Nelson Rodrigues, em uma referência ao lendário zagueiro dos anos 1930 e 1940.
Mas desde que se firmou como maior craque do planeta, Pelé conseguiu ultrapassar as fronteiras do futebol e invadiu as demais modalidades esportivas. Desde então, temos o Pelé do tênis, o Pelé do basquete, o Pelé do atletismo, e por aí vai. Também é possível ouvir fala do Pelé da dança, o Pelé da música, o Pelé das letras. Faz tempo que o apelido de Edson Arantes do Nascimento virou, informalmente, um adjetivo no português brasileiro.
Agora, esse termo está oficializado nos dicionários. O Michaelis, da Editora Melhoramentos, anunciou, nesta quarta-feira (26), que “pelé” (escrito assim, com letra minúscula) passa a ser considerado tanto adjetivo quanto substantivo, válido para os gêneros feminino e masculino, e utilizado para designar “aquele que é fora do comum” ou também algo ou alguém que, “em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade, não pode ser igualado a nada ou a ninguém”. Assim como Pelé.
A inclusão de “pelé” como verbete no dicionário é resultado de uma campanha da Fundação Pelé, buscando manter vivo o legado do atleta. Ela teve início em 13 de abril, com a divulgação de um vídeo no Instagram, post feito em colaboração com o perfil do canal pago Sportv, da Globo.
A campanha, que contou também com a participação do Santos, lançou um site destinado a coletar assinaturas de fãs em apoio à inclusão de Pelé como verbete no dicionário. Mais de 125 mil pessoas aderiram a essa homenagem ao atleta, morto aos 82 anos de idade.