Os escritórios da Liga de Futebol Profissional (LFP), organização responsável pela Ligue 1, e do fundo de investimentos CVC Capital Partners foram alvo de buscas realizadas pela polícia francesa para investigações de suspeitas de fraude.
As buscas fazem parte de uma investigação envolvendo um acordo entre as partes selado em 2022, que possui suspeitas de desvio de verbas públicas, suborno ativo e passivo e ainda captação ilegal de juros.
A parceria envolveu a criação da LFP Media, que seria responsável pelos direitos de transmissão da entidade. Por US$ 1,5 bilhão, a CVC Capital Partners ficou com 13% de participação sobre os lucros vitalícios da subsidiária.
Em novembro de 2023, porém, uma queixa apresentada ao Ministério Público Financeiro Nacional Francês apontou a possível existência de uma apropriação indébita de fundos públicos no momento em que a subsidiária foi criada, após a transferência parcial para o fundo.
A associação anticorrupção AC!, que iniciou a investigação, defende que o futebol é um bem público e a LFP precisaria de uma aprovação do Ministério dos Esportes da França para poder vender os direitos que lhe foram cedidos para uma empresa privada.
Michel Savin, autor do relatório do Senado, disse que “embora a utilidade a longo prazo do acordo com a CVC para os clubes ainda precise ser demonstrada, dado o dividendo a ser pago vitaliciamente, seu interesse para a gestão da LFP é óbvio, imediato e sem qualquer consideração futura”.
“Como já indicou em diversas ocasiões, a Liga de Futebol Profissional está cooperando com o sistema de Justiça para fornecer todos os elementos necessários à investigação em curso, com total transparência”, afirmou a LFP, em nota oficial.
“Os atos de investigação que decorrem com a maior serenidade confirmarão que a ação desenvolvida pela liga sempre foi pautada por um profundo compromisso com o futebol francês, no pleno respeito pelas regras em vigor”, concluiu.
A LFP passou por dificuldades na venda de seus direitos de transmissão para o ciclo atual. Em maio, a entidade chegou ao pior acordo em 19 anos, no valor de € 3 bilhões para o período de 2024/2025 a 2028/2029, com DAZN e BeIN Sports.