A Portuguesa convocou, nesta sexta-feira (14), Assembleia Geral Extraordinária para aprovar novamente a venda da SAF do clube a um consórcio formado por Tauá Partners, XP Investimentos e Real Estate Venues & Entertainment Participações (Revee).
A urna de votação para os sócios, que ficará disponível no clube ao longo de todo o dia, será realizada na próxima terça-feira (24). Esse pleito é para ratificar uma decisão que já havia sido aprovada, mas que enfrenta entraves burocráticos de difícil solução.
O problema é que na ata da assembleia original, relatada pelo presidente da Assembleia Geral da Portuguesa, Marcos Rogério Lico, houve a exigência de que a venda da SAF, que já havia sido aprovada pelo Conselho Deliberativo e pela Assembleia de Sócios, retornasse ao Conselho de Orientação e Fiscalização (COF).
Quando a proposta foi submetida à diretoria do clube associativo, o documento já havia sido encaminhado ao COF, que é um conselho consultivo e não tem poder de veto. O COF, por sua vez, havia apresentado algumas ressalvas ao negócio. De acordo com os investidores, os questionamentos já tinham sido resolvidos.
Problemas
Como a ata impediu os novos donos de registrar a compra em cartório e receber verbas da Federação Paulista de Futebol (FPF) referentes à participação no Paulistão, como cotas de TV, houve a ameaça dos investidores de deixar o negócio, além de processar a Portuguesa.
De acordo com a Tauá Partners, já foram investidos R$ 10 milhões no clube, que teriam que ser ressarcidos. Há uma previsão de investimentos de R$ 30 milhões só com o futebol, nesta temporada, tendo como principal objetivo conquistar o acesso à Série C do Brasileirão (a Portuguesa disputa neste ano a Série D). O estádio do Canindé foi fechado para reformas. O objeitvo é torná-lo uma arena multiuso.
Com dívidas de cerca de R$ 550 milhões, a Portuguesa não teria nenhuma condição de fazer frente a uma nova despesa milionária na Justiça. Diante das pressões, Lico cedeu, retificando a ata.
No entanto, o documento não foi aceito em cartório, gerando a necessidade de que haja a nova assembleia para aprovar algo que já havia sido aprovado. Caso consiga novamente a concordância dos sócios, a Tauá finalmente poderá registrar a compra de 80% das ações da SAF e resolver o imbróglio jurídico.