Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), é o primeiro candidato oficial à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O dirigente divulgou há poucos minutos um “manifesto” com o título “Unidos por um novo futebol”, em que pela primeira vez fala abertamente sobre ocupar o cargo máximo da cartolagem brasileira.
O manifesto é assinado por oito federações estaduais e 30 clubes que estão nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Com esse quórum, Carneiro Bastos pode, oficialmente, ser candidato à presidência da CBF (veja como funcionam as eleições abaixo).
“Há pelo menos uma década, o Futebol Brasileiro tem sangrado. Afastados ou banidos, nenhum dos cinco últimos presidentes da CBF terminou seu mandato. O futebol sofre, como nunca antes, ingerências externas que tumultuam o já complexo ambiente do esporte, a pretexto de interesses individuais duvidosos”, afirmou Carneiro Bastos no início do manifesto.
De acordo com o texto, o movimento que está sendo feito pelo dirigente é “único e inédito”.
“Estamos convictos de que o Futebol Brasileiro necessita de uma mudança efetiva, com um projeto moderno e ambicioso, e manifestamos, por meio desta carta, apoio público à eleição de Reinaldo Carneiro Bastos à presidência da CBF para o próximo ciclo”, complementou o documento.
Esta é a primeira vez que o dirigente se coloca publicamente como candidato oficial à presidência da CBF, que está vaga desde que Ednaldo Rodrigues foi afastado do comando por meio de uma decisão da Justiça brasileira.
Nos bastidores, duelo opõe agências
Como a Máquina do Esporte revelou, Carneiro Bastos tem sido apoiado pela agência LiveMode, que é parceira da FPF na comercialização dos direitos de mídia e comerciais do Paulistão. A agência vê, no fortalecimento do dirigente, a chance de retomar o protagonismo perdido na CBF desde que Ednaldo havia ascendido ao poder. O antigo presidente havia tirado da LiveMode os direitos comerciais da Copa do Nordeste, e a recém-criada Brax foi quem assumiu boa parte das propriedades comerciais da CBF. Além do torneio regional, a agência ganhou os direitos da Copa do Brasil e da Série B do Campeonato Brasileiro.
Até agora, Carneiro Bastos é o único se lançar candidato à CBF. Na segunda semana de janeiro, dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) virão ao Brasil para acompanhar o desenrolar da questão eleitoral. As duas entidades viram com maus olhos a decisão tomada pela Justiça brasileira de suspender Ednaldo Rodrigues, considerada por eles uma “intervenção externa”, o que seus estatutos proíbem. O dirigente ainda tenta, na Justiça, reverter a decisão e manter-se à frente da CBF pelo menos até 2025, quando seriam realizadas novas eleições.
Bastos venceria eleição com apoio atual
Enquanto isso, Bastos tornou-se uma nova sombra em meio ao processo eleitoral. Para um dirigente poder se candidatar à presidência da entidade, precisa ter o apoio de, no mínimo, oito federações e cinco clubes. Só assim a candidatura pode ser registrada. Com oito federações e 30 clubes, o mandatário da FPF já teria a quantidade de votos necessária para se eleger presidente da CBF. Cada federação tem peso 3 na votação, enquanto os votos dos clubes da Série A representam peso 2, e os da Série B, peso 1.