O Ministério Público (MP) da Espanha anunciou, nesta segunda-feira (28), a abertura de um inquérito preliminar contra Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). A principal instância penal do país abriu o processo em caráter preliminar por “suposto crime de agressão sexual”, após Rubiales ter dado um beijo na boca de Jenni Hermoso, sem o consentimento da jogadora, durante a premiação após a final da Copa do Mundo Feminina.
Entretanto, o processo depende de um passo fundamental para progredir na corte espanhola, a formalização da denúncia, que só pode ser feita pela própria Hermoso. O Ministério Público revelou que entrará em contato com a jogadora de 33 anos para informá-la que, na qualidade de “vítima de um suposto crime de assédio sexual”, ela tem o direito de formalizar a denúncia contra o presidente da RFEF.
No último sábado (26), a Fifa já havia suspendido Rubiales do cargo por 90 dias, em face de um processo disciplinar que está em andamento. Na sexta-feira (25), o dirigente se recusou a renunciar, afirmando que o beijo em Hermoso foi “consentido”, o que foi rebatido pela jogadora no mesmo dia.
Além disso, Rubiales ainda enfrenta a possibilidade de um processo do Tribunal Administrativo Desportivo (órgão equivalente ao STJD no Brasil), o que poderá resultar em outra suspensão.
Consequências
Nesta segunda-feira (28), o presidente interino da RFEF, Pedro Rocha, convocou os dirigentes das federações regionais, que pediram a imediata renúncia de Luis Rubiales. Um comunicado da federação ressaltou a gravidade dos comportamentos de Rubiales, prejudiciais à imagem do futebol espanhol, que ainda encara consequências das recentes denúncias de Vinícius Júnior, que lançou luz sobre uma onda racista nos estádios espanhóis.
O assunto foi, inclusive, pauta do Maquinistas, o podcast da Máquina do Esporte, que recebeu, nesta terça-feira (29), Daniel Alonso, delegado da LaLiga no Brasil.