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Santos doa uniformes a crianças refugiadas do Malawi, em parceria com ONG Fraternidade sem Fronteiras

Iniciativa beneficiará alunos da Ubuntu Nation School, que oferece aulas de matemática, inglês e esportes na cidade africana de Dzaleka

Alunos do projeto Ubuntu Nation School receberam uniformes do Santos - Divulgação

O Santos realizou, nesta semana, a entrega de 110 uniformes completos (camisas, bermudas e meias), para crianças atendidas pelo projeto Ubuntu Nation School.

A escola é mantida pela Organização Não Governamental (ONG) Fraternidade sem Fronteiras, instituição parceira do clube e que oferece aulas de matemática, inglês e esportes para refugiados na cidade de Dzaleka, no Malawi.

No início deste ano, o Santos já havia doado 30 camisas ao projeto, que foram utilizadas por técnicos e professores da escola durante a participação no torneio YDS Pre-Season Cup, realizado na cidade de Blandtyre, no sul do país. Os representantes de Dzaleka alcançaram a terceira colocação na competição.

As doações foram viabilizadas graças à iniciativa de Gilberto e Selma Afonso, santistas e voluntários da Fraternidade sem Fronteiras que, ao visitarem o campo em Dzaleka, conheceram o técnico Bahati Isalimya Malaki, que é ex-jogador de futebol e torcedor declarado do Santos.

“Agradecemos muito pelas camisas. O Santos está nos ajudando demais e, principalmente, dando visibilidade à nossa causa. Nossas crianças estão aproveitando. Isso é importante, pois traz também uma repercussão mundial para o nosso projeto. Levaremos o clube para sempre em nossos corações”, afirmou Malaki.

Pelé

O modelo das primeiras camisas doadas homenageia a excursão do Santos à Nigéria, em 1969, em meio à Guerra de Biafra, que durou de 1967 a 1970 e tinha como pano de fundo a disputa pelo controle do delta do Rio Níger, região rica em recursos naturais, especialmente o petróleo.

A viagem ficou marcada pelo armistício entre o exército governamental e as forças separatistas de Biafra, por conta do amistoso realizado entre o time santista e a seleção do Meio-Oeste da Nigéria. O jogo, realizado na Cidade de Benin, acabou entrando para a história como o dia em que Pelé parou uma guerra.

“O Santos é uma marca mundial. Temos muito orgulho da nossa história, na qual o continente africano ocupa um capítulo importante. Por isso, além de ajudarmos um projeto tão essencial, estamos resgatando uma grande memória do futebol. Queremos oferecer novas oportunidades a essas crianças por meio do esporte”, disse Marcelo Teixeira, presidente do Santos.

No total, mais de 300 itens já foram entregues pelo clube por meio da parceria com a Fraternidade sem Fronteiras, fundada em 2009, em Campo Grande (MS), e que conta com projetos no Brasil e em países da África Subsaariana (Burundi, Senegal, Malawi, Moçambique e Madagascar), oferecendo alimentação, cuidados com higiene e saúde, atividades pedagógicas, culturais e formação profissionalizante para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.

“É um projeto muito bonito, que atende cerca de 1.150 crianças no campo de refugiados, além de gerar diversos empregos aos adultos. Nós sentimos as dificuldades que eles enfrentam, por isso é importante termos campanhas humanitárias voltadas para o desenvolvimento desses jovens. A iniciativa do Santos, que se tornou o primeiro clube do Brasil a colocar uma ação oficial dentro de uma escolinha de refugiados em um país da África Subsaariana, mostra o quanto o esporte é transformador na vida das pessoas”, destacou Gilberto Afonso, sócio-torcedor do Santos e voluntário da ONG.