O São Paulo anunciou, nesta terça-feira (28), o lançamento do Inova.São, centro de inovação aberta do clube, que ficará localizado dentro do Estádio do Morumbi. Ídolos como Silas, Belletti e Amoroso estiveram presentes no evento. A expectativa é captar investimentos de até R$ 6 milhões nos três primeiros anos, que servirão para custear o projeto sem que haja qualquer aporte financeiro por parte do clube.
A iniciativa tem como objetivo o desenvolvimento e a implantação de soluções inovadoras que permitam aumentar as receitas e a competitividade esportiva do clube. O projeto já conta com as parcerias estratégicas da Deboo, especializada em Web3, e da Sportheca, fábrica de startups para o mercado esportivo.
“A concepção do projeto e a definição dos parceiros para viabilizar a operação do Inova.São, assim como suas primeiras entregas, vêm sendo trabalhadas pela diretoria de inovação do São Paulo desde que foi criada pelo presidente Julio Casares, em julho de 2021”, destacou Wladimir Castro, executivo do departamento de inovação do clube e mestre em Criação e Gestão de Empresas Inovadoras pela Universidade de Valência, na Espanha.
De acordo com o executivo, a maioria das inovações adotadas por clubes de futebol no Brasil envolve a adoção, com eventuais otimizações, de produtos existentes e trabalhados em larga escala também em outros players. No Inova.São, o foco não será replicar, mas sim desenvolver soluções inovadoras e inéditas para o São Paulo, com a possibilidade de trazer novas fontes de receitas e aumentar a competitividade esportiva do clube.
A expectativa é que esses ganhos venham a partir do sucesso de cada projeto “nascido” dentro do hub à medida em que forem se desenvolvendo e obtendo crescimento e resultados.
O Inova.São terá uma área dedicada no Morumbi com vista para o gramado. O espaço, inicialmente de 300m², está localizado na área do Morumbi Concept Hall, no anel inferior do estádio, e funcionará como um coworking, reunindo startups e desenvolvedores. A ideia é que circulem profissionais de universidades e de empresas, mentores, especialistas, sócios, torcedores, investidores e startups de todo o mundo pelo local, para formar assim o ecossistema de inovação que compartilhará conhecimento e recursos em prol do desenvolvimento do clube.
A Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP) foi a primeira instituição de ensino a fazer parte do ecossistema, ao firmar um convênio de colaboração com o hub, assim como a organização social de cultura IDBrasil, responsável pela gestão do Museu do Futebol, que aportará conhecimento qualificado para preservação de coleções, mediação de conteúdos e difusão do futebol em ações culturais e educativas.
“Temos muito orgulho de participar da criação do centro de inovação do São Paulo, um dos maiores clubes do Brasil e do mundo. Essa iniciativa, que será referência no país, prevê identificar oportunidades, desenvolver soluções para o clube e escalar novos negócios na área de sportstech”, afirmou Eduardo Tega, CEO da Sportheca.
O Inova.São contará também com uma metodologia própria de trabalho, desenvolvida utilizando as principais ferramentas e as melhores práticas em abordagens de inovação, e que será empregada na condução das diferentes atividades do hub.
“Não se trata de uma iniciativa ou de um projeto único, pois a articulação das três pontas – espaço de coworking, ecossistema e metodologia – permite estabelecer um ambiente e uma cultura inovadores de forma duradoura. Ao se apropriar da tecnologia como meio e não como fim, e ao se conectar com as melhores mentes, estejam onde estiverem, nós vislumbramos a implementação ágil de novas soluções que trarão melhora na performance esportiva do clube, aumento do engajamento de fãs e também na receita gerada”, comentou Eduardo Paraske, cofundador da Deboo.
Vale lembrar que, recentemente, em parceria com a Sportheca, o São Paulo foi o primeiro clube a aderir ao aplicativo da OneFan, pertencente ao Grupo SBF, que privilegia o engajamento do torcedor e entrega conteúdos exclusivos, interação e a possibilidade de recompensas e resgates, a partir da inteligência de dados com base no comportamento dos usuários.
Agora, outros dois projetos já estão em andamento. O primeiro é o Censo Tricolor, em parceria com a PH3A, empresa especialista em criação e gestão de big data. O São Paulo realizará o 1º Censo do Futebol Brasileiro, com alcance global e buscando coletar informações para conhecer a fundo ao menos 10 milhões de torcedores. A ideia é que, usando justamente a tecnologia de big data, o clube possa oferecer produtos alinhados com as preferências dos seus torcedores, tornando-se um instrumento de relacionamento e engajamento entre o São Paulo e sua torcida.
Já o segundo é o Terra dos Campeões, pensado para “valorizar o passado, agir no presente e construir o futuro”. O projeto será desenvolvido em uma área do centro de treinamento do São Paulo em Cotia, que será destinada ao plantio de árvores em homenagem aos ídolos do clube. O foco será construir uma experiência de engajamento para os torcedores e fãs são-paulinos, que poderão adquirir árvores e experiências, entre outros produtos e serviços também no ambiente digital. Para isso, serão usados princípios de Web3, em parceria com a Deboo, que atuarão na geração de receita e no fortalecimento da comunidade do time dentro do metaverso. A expectativa é que o público comece a ter contato com a iniciativa a partir de agosto de 2022.