São Paulo espera aumentar entre 25% e 30% as receitas de marketing em 2024

São Paulo espera aumentar entre 25% e 30% as receitas de marketing em 2024 - Felipe Iruatã / saopaulofc.net

Para 2024, o São Paulo espera aumentar de 25% a 30% a sua arrecadação com marketing, publicidade e patrocínios. Além dos três grandes acordos fechados no fim do ano passado, com Mondelez, que comprou os naming rights do Estádio do Morumbi por meio da marca Bis; Live Nation, para a realização de shows no estádio do time; e Superbet, que assumiu a propriedade máster da camisa do clube, o Tricolor Paulista ainda aposta no seu programa de sócio-torcedor e na comercialização de espaços atualmente livres no uniforme para atingir esse percentual.

“Esperamos, nesse ano, ter um crescimento de 25% a 30% nas receitas. Nós temos algumas propriedades disponíveis porque acreditamos que as ofertas que recebemos não vão ao encontro do que entendemos que vale a propriedade do São Paulo. Claro que precisamos de dinheiro, mas não estamos fazendo qualquer negócio para ter a camisa cheia e ficar disputando qual é a camisa mais valiosa”, disse Eduardo Toni, diretor de marketing do São Paulo, em entrevista à Máquina do Esporte, durante o Sports Summit 2024, em São Paulo (SP).

“O sócio-torcedor, hoje, para a gente, já fatura o equivalente a um patrocínio máster, por exemplo. Temos preocupação muito grande de não ter centenas de milhares, e ter um tíquete médio baixo. Hoje, nós temos um número bom [de assinantes], mas que ainda há espaço para crescer”

Eduardo Toni, diretor de marketing do São Paulo

De acordo com o executivo, o clube enquadra algumas receitas do departamento de marketing na categoria de “estádio”, como o acordo com a Brax para as placas de publicidade e a parceria com a Live Nation para shows no Morumbis, o que tira esses valores da linha de receitas de marketing nos balanços financeiros do São Paulo.

“Para nós, é mais importante trazer a receita do que a alocação da receita. As placas da Brax, por exemplo, que é um faturamento importante, vão para o estádio, os shows que fechamos com a Live Nation vão para o estádio. Então, quando se olha o balanço, muitas vezes a receita de marketing não é tão grande por conta disso”, explicou Toni.

Acesso às arquibancadas

Uma das novidades que o São Paulo deve implementar em breve no Morumbis é um sistema de reconhecimento facial nas catracas de acesso. Vale destacar que, a partir de 2025, estádios com capacidade superior a 20 mil torcedores deverão instalar esse mecanismo para poder receber jogos, segundo a Lei Geral do Esporte (Lei 14.597), de junho de 2023.

“A partir do ano que vem, será obrigatório ter reconhecimento facial. Nós vamos fazer um piloto, se tudo correr bem, ainda no primeiro semestre ou, no mais tardar, no começo do segundo para testar para o ano que vem, já que isso vai ser lei e em todos os estados será obrigatório”, comentou o diretor são-paulino.

Porém, de acordo com o marqueteiro, o sistema de reconhecimento facial não consegue reduzir as filas de acesso às arquibancadas, que costumam se intensificar perto do início das partidas. Nesse caso, o problema para Toni consiste na proibição da venda de bebida alcoólica dentro dos estádios no estado de São Paulo.

Isso porque esse tipo de produto é vendido livremente nos arredores dos estádios e sem nenhum controle de qualidade e procedência, o que faz muitos torcedores optarem por acessar as arquibancadas o mais tarde possível para poder consumir bebidas alcoólicas por mais tempo.

“Hoje, o estádio não pode vender bebida alcoólica, mas pode vender vidro de bebida alcoólica na porta, sem nenhum controle, sem nenhuma qualidade. Você não sabe a procedência nem a validade da bebida. Então, o torcedor fica do lado de fora bebendo e deixa para entrar em cima na hora. Aí, você tem 30, 40 mil pessoas para entrar faltando 15 minutos para o jogo. Não há condição de você atender 20 mil pessoas entrando simultaneamente no estádio”, argumentou.

Além disso, outro problema é o lixo deixado no entorno do Morumbis nos dias de jogos. O clube é responsável pela limpeza do local.

“Cria-se no entorno do estádio uma sujeira. O São Paulo é responsável pela limpeza e paga por esse serviço”

Eduardo Toni, diretor de marketing do São Paulo

“Entendemos que os órgãos públicos têm que fazer esse trabalho de liberação da bebida. Veja, eu me lembro que, no ano passado ou retrasado, nós tivemos uma noite o show do Coldplay no Morumbis com 80 mil pessoas com consumo de bebida, e tivemos o jogo do São Paulo no Allianz Parque com 40 mil pessoas sem consumo de bebida. Por que no show com 80 mil pessoas pode e, no futebol, com 40 mil, não pode?”, questionou o diretor de marketing do São Paulo.

“Isso me parece um pouco de hipocrisia. Hoje, só tem torcida única. Então, não tem problema que o cara vai beber e vai brigar com o torcedor adversário porque não tem. Acho que passou da hora de a gente revisitar esse assunto porque isso, com certeza, já vai melhorar o afluxo de pessoas no estádio”, acrescentou.

SPFC Ticket

Para tentar solucionar uma das principais reclamações da torcida nos últimos anos, relacionada à qualidade dos serviços prestados pela Total Acesso, empresa de bilheteria on-line parceira do clube, o São Paulo criou para 2024 o SPFC Ticket como plataforma oficial de compra de ingressos para os seus jogos como mandante.

“Uma das reclamações corretas da torcida é que era muito difícil comprar ingresso, a página não era amigável. Você, para achar um ingresso, passava por outros produtos. Hoje, temos um endereço dedicado só pra comprar ingresso, que era uma reclamação”, citou Toni.

“Naturalmente que, na final da Copa do Brasil, na hora que abrimos para vender ingresso, tinham 307 mil pessoas querendo comprar. Esta semana foram anunciados os shows do Bruno Mars. Acontece o mesmo fenômeno: reclamação porque a demanda é muito maior que a oferta. Então, esse tipo de coisa acontece em grandes shows e em grandes jogos. Mas, de uma forma geral, a aceitação é muito positiva [do SPFC Ticket]”, finalizou o diretor de marketing do São Paulo.

*Estagiário da Máquina do Esporte, sob supervisão de Adalberto Leister Filho

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