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Sem pressa para SAF, Sport segue em busca de R$ 700 milhões para complexo na Ilha do Retiro

Em entrevista à Máquina do Esporte, Yuri Romão, presidente do clube nordestino, apontou que clube segue em busca de investidores para projeto

Yuri Romão fala à Máquina do Esporte durante Confut Sudamericana - Theo Montoto / Máquina do Esporte

O Sport segue em busca de investidores para realizar uma reforma avaliada em aproximadamente R$ 700 milhões na Ilha do Retiro, que passaria a contar com um complexo poliesportivo.

O projeto parte de uma melhora na estrutura da Ilha do Retiro, estádio construído há mais de 80 anos, e inclui a construção de empreendimentos ao redor, que tomarão a maior parte do investimento. A reforma no estádio custaria menos de R$ 200 milhões.

“O Sport é um clube grande, que tem uma importância enorme para a região. Dada a sua tradição, o tamanho de sua torcida e do patrimônio também, entendemos que é o momento de melhorar a estrutura do estádio”, disse Yuri Romão à Máquina do Esporte durante a Confut Sudamericana.

Paralelamente, o Sport também busca investidores para expandir seu Centro de Treinamento. A intenção é ser capaz de contar com mais atletas, principalmente nas categorias de base.

“Nosso CT já é grande, mas entendemos que para que o clube tenha sustentabilidade financeira, um dos pilares é o aumento de novos atletas, tanto para suprir o elenco, quanto para comercializá-los”, explicou o presidente.

“Nós adquirimos no ano passado um terreno ao lado do atual CT. O projeto está pronto e aguarda aprovação junto à prefeitura”, seguiu.

De acordo com Yuri Romão, são projetos paralelos e, porntato, podem ter investidores diferentes. Ainda assim, o dirigente não nega a possibilidade de ter apenas um investidor para ambos.

SAF

Enquanto trabalha nos projetos de evolução do estádio e do centro de treinamento, o Sport também se movimenta para passar a ser uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

“Entendo que um clube do Nordeste precisa de um investidor ao lado, que possa fazer os investimentos necessários em elenco, na montagem de uma equipe competitiva, já que o nosso campeonato brasileiro está muito mais competitivo do que foi em anos anteriores”, pontuou Yuri Romão.

Em direção a esse movimento, o clube aprovou, no ano passado, um novo estatuto que prevê a criação de uma SAF. Ainda assim, porém, não há pressa para a conclusão da mudança e, consequentemente, para a chegada de um investidor.

“Hoje temos uma comitiva específica para tratar do assunto, com auxílio de uma consultoria. Estão vendo qual é o melhor modelo de SAF que se adequa às especificidades que o Sport impõe, para que depois disso a gente vá ao mercado e procure um investidor”, explicou o presidente.

“Não temos prazo. Sou da tese de que temos que fazer as coisas de forma equilibrada. O clube não tem necessidade de caixa, como outros tiveram, mas imaginamos que para crescer, precisamos de um investidor”, seguiu.

Liga

Yuri Romão também é uma figura importante na Liga Forte União (LFU). Nas últimas semanas, uma das principais pautas tratadas pelo grupo tem sido a possibilidade de unificação com a Libra.

“Há o interesse de vários clubes de criar uma única liga. Uma comissão que foi criada para discutir isso tem feito essas discussões para que a gente possa avançar. Vamos demorar um tempinho para que isso ocorra, mas eu diria que hoje tem mais convergências do que divergências em relação a essa união”, contou o presidente do Sport.

O dirigente também avaliou positivamente a implementação de um mecanismo de fair play financeiro no Brasil. No entendimento do dirigente, a discrepância de faturamento entre os clubes precisa diminuir.

“Para ter competitividade é necessário que os clubes tenham um patamar de pagamento a seus atletas ou de investimento compatíveis com a realidade”, apontou.

O presidente do Sport acredita que o movimento é importante até para a imagem do futebol brasileiro, principalmente por conta 

“Gera um desgaste internacional gigantesco, uma deslealdade na competição. Então, acho necessário, importante, e estou muito contente que a CBF esteja capitaneando essa discussão.