Serengeti assina acordo com 24 times para venda de direitos comerciais do Brasileirão

Dirigentes do Forte Futebol posam para foto após assembleia da sexta-feira (30 de junho) - Divulgação

Serengeti Asset Management e Life Capital Partners (LCP) anunciaram que acertaram acordo com 24 clubes do futebol brasileiro para a aquisição de 20% dos direitos comerciais e de mídia das equipes no Brasileirão por um período de 50 anos. Esses acertos começam a valer em 2025, quando será encerrado o atual contrato de direitos de TV.

A maior parte dos clubes que aderiu ao contrato integra a Liga Forte Futebol (LFF): América-MGAthletico-PRAtlético-GOAvaíBrusqueCearáChapecoenseCRBCriciúmaCSACuiabáFigueirenseFluminenseFortalezaGoiásJuventudeLondrinaOperário-PRSportTombense e Vila Nova.

“Ao consolidar a gestão dos direitos comerciais e de mídia dos clubes participantes, estamos entusiasmados em ajudar a transformar o futebol do Campeonato Brasileiro em uma das melhores e mais emocionantes ligas do mundo”, afirmou Joseph LaNasa, o Jody, fundador e CEO da Serengeti Asset Management.

“Esperamos que mais clubes se juntem a nós à medida que enxerguem o sucesso que trazemos aos nossos clubes parceiros e seus torcedores”, completou.

Grupo União

Além dos 21 times da LFF, houve a adesão também de Coritiba, que se encontra em processo de transição da venda de 90% de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para a Treecorp Investimentos, Botafogo e Cruzeiro, dois clubes que já são geridos por SAF. Esse bloco foi chamado pela Serengeti/LCP de Grupo União.

Segundo a Máquina do Esporte apurou,houve alguns ajustes no contrato desse último grupo. O Botafogo não quis negociar as placas de seu estádio e aceitou receber um valor um pouco menor do que estabelecido inicialmente.

Já o Cruzeiro também pediu mudanças em algumas cláusulas para aderir ao acordo. Um membro da cúpula do Cruzeiro chegou a dizer que o clube vinha ‘fazendo contas” para ver qual contrato seria mais vantajoso, se o da Mubadala ou o da Serengeti/LCP. Também integrante desse Grupo União, o Vasco não aderiu ao acordo.

“Estamos empolgados em anunciar a assinatura deste acordo histórico. O acordo tem despertado grande interesse em todo o cenário do futebol brasileiro, pois oferece uma distribuição equilibrada de receitas entre os clubes.”, disse Carlos Gamboa, fundador e conselheiro da LCP.

“Gostaríamos de agradecer aos clubes pelo apoio e estamos ansiosos para trabalhar juntos enquanto buscamos remodelar o futuro do futebol brasileiro, com a criação de uma liga para os clubes, administrada pelos clube”, acrescentou.

Procurados para comentar a adesão ao acordo da Serengeti/LCP, Botafogo, Cruzeiro e Coritiba não se manifestaram. Esse espaço está aberto para quando os clubes decidirem se pronunciar.

Detalhes

Os clubes assinaram dois acordos de compras de direitos, os chamados rights purchase agrément (RPA, na sigla em inglês).

Segundo a Serengeti e LCP, outros três clubes estariam finalizando procedimentos internos para aderir. Esses times seriam: Atlético-MG, Internacional e Náutico. O Galo está em processo de formação de sua SAF, o que pode atrasar uma possível adesão ao acordo.

Já o Internacional está com o assunto parado em seu Conselho Deliberativo desde março. Ainda não há data para que o tema seja votado. A eleição presidencial do time gaúcho, marcada para dezembro, pode atrasar ainda mais uma decisão sobre o contrato.

O Náutico, por sua vez, estuda o contrato e deve tomar uma decisão até 15 de setembro. O time, que disputa da Série C do Brasileirão, esperava um valor maior para negociar esses ativos.

Gestão

A Serengeti e Life Capital prometem gerir esses direitos comerciais e de mídia de forma profissional, para maximizar o valor aos clubes participantes do acordo, aumentando também os ganhos das investidoras.

“Acreditamos que nossos esforços, em conjunto com a LFF e com o Grupo União, resultarão em uma situação financeira mais estável e melhor que beneficiará não apenas a liga e os times individuais, mas o panorama geral do futebol brasileiro”, diz Aria Vossoughi, diretor executivo da Serengeti Asset Management.

“Com mais recursos disponíveis para clubes reinvestirem na operação dos clubes, no desenvolvimento de jogadores e na retenção de talentos altamente cobiçados, os torcedores agora poderão aproveitar em ver seus principais jogadores se desenvolvendo durante seu auge”

Aria Vossoughi, diretor executivo da Serengeti Asset Management

“Estamos ansiosos para mostrar a próxima geração do futebol brasileiro com um produto mais profissionalizado, competições emocionantes e aumento da exposição global”, completou.

Repercussão

Presidente do Fluminense, Mário Bittencourt acredita que a formação do bloco de clubes em torno do contrato com Serengeti e LCP é um passo importante para a fundação de uma liga unificada no futebol brasileiro.

“A formação do bloco da LFF é um passo fundamental para redução dos desequilíbrios financeiros que afetam a competitividade do futebol brasileiro, com impactos diretos na qualidade do espetáculo e em sua atratividade comercial”, afirmou o dirigente.

“A partir desse passo decisivo continuaremos buscando a formação da liga unificada, seguindo as melhores práticas do mercado global”

Mário Bittencourt , presidente do Fluminense

“Nossa visão é transformar a Liga Brasileira em uma das três maiores ligas do mundo e devolver ao futebol de nosso país o brilho que o consagrou”, acrescenta.

A transação está sujeita às condições usuais de fechamento e revisão regulatória. Praa a assinatura do acordo, a Serengeti foi assessorada pela G5 Partners e pela Access Media Advisory. Já a LFF teve assessoria da XP, Alvarez & Marsal e Live Mode.

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