Serengeti não colocará regras para investimento nos clubes da Liga Forte Futebol

Jogadores de Criciúma e Ceará durante confronto pela Série B 2023 - Reprodução / Twitter (@CearaSC)

O mês de junho pode marcar a injeção de mais de R$ 1 bilhão nos cofres de 26 clubes de futebol no Brasil. É esse o prazo que o fundo de investimentos Serengeti calcula que precisará para ter a adesão de todas as entidades que compõem a Liga Forte Futebol (LFF), bloco que tenta tomar para si a organização de uma liga de clubes para as Séries A e B do Brasileirão.

Segundo a Máquina do Esporte apurou, a liberação de cerca de US$ 250 milhões acontecerá tão logo os 26 clubes assinem o contrato com o fundo norte-americano, cedendo 20% dos direitos de mídia da futura liga. A partir do instante em que isso acontecer, cada equipe poderá investir esse dinheiro da maneira que quiser.

A decisão do Serengeti vai na contramão do que fizeram os fundos de investimentos que aportaram bilhões de dólares em ligas europeias. O CVC, que fechou acordo com a LaLiga, colocou uma série de regras para os clubes utilizarem o dinheiro investido. A principal delas é a de que a verba não poderia ser usada para contratar jogadores.

No caso do Brasil, a ideia é exatamente o contrário. Na visão do fundo norte-americano, a pressa em ter as assinaturas dos contratos, além de fortalecer a Forte Futebol na disputa com a Libra para tomar o controle da liga, é para ajudar os clubes a se reforçarem antes do fechamento da janela de transferências, no final de julho.

A entrada do Serengeti na LFF deve gerar um novo embate entre os 26 clubes e aqueles que fazem parte da Libra, movimento que conta com a presença de 18 agremiações e tem outro fundo de investimentos, o Mubadala, como possível sócio em 20% do negócio.

Até agora, a Libra não assinou o acordo com o investidor, que aguarda a presença de pelo menos 16 equipes na Série A do Brasileirão para fazer a injeção do dinheiro.

Atualmente, Libra e Forte Futebol discutem detalhes da divisão de valores da futura venda dos direitos de mídia e comerciais do Brasileirão para poderem se unir em uma única entidade. Até o momento, não há um consenso, em nenhum dos dois grupos, de que a união é a melhor solução. Isso tem feito com que cada um dos blocos avance em negociações separadas com investidores.

Se o Serengeti conseguir a adesão dos 26 clubes participantes da LFF, terá dado o primeiro passo rumo à consolidação de seu bloco. A expectativa do fundo norte-americano, aliás, é de que, com a assinatura do acordo e a liberação do dinheiro, clubes que estejam dentro da Libra decidam migrar para o lado da LFF nos próximos meses.

Enquanto os clubes disputam entre si o poder, o tempo corre contra o negócio. A partir de 2025, não haverá mais o acordo com o Grupo Globo para a transmissão da Série A. Isso significa que, já no próximo ano, as negociações para o torneio de 2025 precisam ser finalizadas.

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