Sob comando do Grupo Dass, New Balance mira Top 3 no running e no skate no Brasil

Marca norte-americana tem planos ambiciosos para o mercado brasileiro nos próximos anos - Divulgação / New Balance

30 de janeiro de 2020. Nesse dia, a New Balance realizou um megaevento no centro de São Paulo para apresentar a estrela da marca para o running na época, o tênis Fresh Foam X 1080 v10, e ainda falar sobre os planos ambiciosos que tinha para aquele ano e os próximos. Entre os objetivos para o mercado brasileiro estavam um investimento quatro vezes maior, triplicar o tamanho da marca em quatro anos e alcançar a liderança do segmento de running por aqui.

No entanto, pouco mais de um mês depois, a Covid-19 chegou com força ao Brasil, os planos foram pandemia abaixo e, de lá para cá, ou seja, nos últimos três anos, a New Balance ficou meio sumida.

Nesta terça-feira (4), porém, isso começou a mudar. Agora sob comando do Grupo Dass (o mesmo de Fila e Umbro por aqui), que adquiriu as operações da marca no mercado brasileiro junto ao Grupo Aste e passou a “cuidar” dela oficialmente no último mês de janeiro, a New Balance realizou um evento na região oeste da capital paulista para começar uma reaproximação com a indústria esportiva. E revelou quais são os novos objetivos da marca.

Em 2023, mas também nos anos seguintes, o carro-chefe será o running. Atualmente, no segmento, a New Balance conta com duas plataformas de tecnologia principais, a Fresh Foam, focada em amortecimento e conforto, e a FuelCell, caracterizada por propulsão e velocidade. No evento, a marca deu ênfase ao modelo Fresh Foam X More v4, lançado recentemente no mercado brasileiro, e novamente anunciou planos ambiciosos para a corrida de rua.

Fresh Foam X More v4 é uma das apostas da marca norte-americana no running para 2023 – Divulgação / New Balance

“No running, a gente quer se colocar no Top 3 entre as marcas. Isso é um objetivo nacional, mas também global. Queremos ser reconhecidos como uma marca convidativa, democrática, mas também como uma marca que entrega alta performance”, afirmou Renato Elias, gerente de marketing da New Balance, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

Para isso, uma das ideias será trazer para o mercado brasileiro todas as novidades que surgirem nos Estados Unidos, terra natal da marca. Ou seja, estar cada vez mais próximo da New Balance global para cada vez se aproximar mais do público nacional.

“Queremos amplificar os horizontes e ter um protagonismo de marca. A New Balance é uma marca premium e pretendemos manter isso, mas também queremos ser mais reconhecidos, ter mais awareness, mais conhecimento de marca. Hoje, a gente enxerga que a marca é conhecida e respeitada por quem a conhece, mas a gente vê uma oportunidade grande de tornar a marca mais conhecida também para um público mais massificado”, destacou Elias.

“A ideia é estar mais presente em pontos de venda e se aproximar dos clientes também com um número maior de lojas próprias. A gente quer atacar por esses dois caminhos quando a gente fala de presença de mercado e vendas para o consumidor”, acrescentou o executivo, lembrando que, atualmente, a marca possui 28 lojas próprias espalhadas pelo país.

Provas

Na semana passada, a New Balance deu o primeiro passo na volta do patrocínio a eventos de running, com uma parceria com a POA Half Marathon, prova inédita que será disputada no próximo dia 16 de abril, em Porto Alegre (RS). A meta, no entanto, é não parar por aí.

No segundo semestre, a marca promete voltar a ter um circuito proprietário, com provas em São Paulo e Rio de Janeiro. Para 2024, outras praças consideradas importantes, como Brasília, Fortaleza, Salvador e Goiânia, poderão entrar no radar. Quanto às distâncias, a ideia é manter 7,5km, 15km e 30km, já tradicionais das últimas provas realizadas pela marca no mercado nacional.

Renato Elias apresentou as novidades da marca para o running em 2023 – Divulgação / New Balance

“Um último ponto é o trail [trilha], uma categoria que hoje é importante para a marca não só no Brasil, e que queremos ter no nosso rol de corrida, seja proprietária, seja patrocinada. Teremos, com certeza, pelo menos uma corrida trail com a marca envolvida”, revelou Renato Elias.

Com relação a patrocinar maratonas grandes, o objetivo não será esse no Brasil, ao menos por enquanto. No exterior, a New Balance é patrocinadora de duas Majors (Nova York e Londres), além da também badalada Maratona de Valência, na Espanha.

Top 3 também no skate

Apesar de carro-chefe, o running não será o único foco da marca sob o comando do Grupo Dass. Outras modalidades, como basquete e tênis, também estão no radar. Contudo, skate e futebol surgem como aquelas que ganharão mais atenção no curto prazo.

 “Queremos ser uma marca multicategoria, ter reconhecimento e autoridade não só no running, mas também mais especificamente no skate e no futebol, além de manter o reconhecimento no segmento casual e ter uma postura de liderança, de ditar tendências, de colocar novidades para o mercado de moda e ditar o ritmo da categoria de sneakers”, disse Elias.

“Skate e futebol são projetos ainda pequenos para a New Balance por aqui, mas que vamos colocar muito gás, muita energia, muito investimento. No caso do skate, enxergamos como um corta-caminho para o rejuvenescimento da marca. Fora do Brasil, já somos muito grandes na modalidade e queremos, tanto globalmente como nacionalmente, alcançar o Top 3 do segmento”, completou.

De acordo com o executivo, uma das estratégias para isso será vender produtos exclusivamente nas lojas especializadas (skate shops). A iniciativa terá como meta se aproximar do “núcleo duro” do skate, uma vez que é esse tipo de loja que “entrega seriedade, profissionalismo e produtos de alta performance para os skatistas”.

Futebol

Fornecedora de material esportivo do Red Bull Bragantino desde maio do ano passado, a New Balance enxerga no futebol outra grande oportunidade para ganhar conhecimento de marca no mercado brasileiro. Por isso, também pretende dar atenção à modalidade mais amada e praticada no país.

“Nosso projeto de futebol envolve dois grandes mundos: clube e jogador. Estamos de olho para entender como podemos ter mais clubes no nosso portfólio, é uma coisa que a gente almeja como marca, assim como queremos ter jogadores atuando com as nossas chuteiras em campo. Já temos grandes estrelas lá fora, como Mané [Sadio, atacante do Bayern de Munique], Sterling [Raheem, atacante do Chelsea] e Saka [Bukayo, atacante do Arsenal], e a ideia é fazer isso acontecer aqui no Brasil também”, finalizou o executivo.

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