O Sport submeteu à Prefeitura do Recife (PE) um projeto de remodelação de todo o complexo que cerca a Ilha do Retiro. Só com a remodelação do estádio, o clube prevê um gasto de R$ 170 milhões.
O projeto tem a intenção não só de modernizar e ampliar a capacidade do estádio, como construir uma série de empreendimentos ao redor da arena para financiar as reformas e tornar o clube mais sustentável no longo prazo.
“Nossa ideia é fazer uma parceria financeira com algum fundo imobiliário para botar de pé esse projeto. Teremos um mall [shopping center], torre empresarial, ginásio poliesportivo e espaço para eventos e exposições”, afirmou Yuri Romão, presidente do Sport, em entrevista à Máquina do Esporte.
O parceiro no empreendimento teria direito à exploração comercial desses espaços por determinado período de tempo. O cartola contou que recentemente viajou a São Paulo (SP) para apresentar o projeto a investidores que seriam os potenciais parceiros da nova Ilha do Retiro.
“Percorri a Faria Lima. Conversei com 12 fundos. Inclusive, nesse processo, remodelamos alguns conceitos que tínhamos. Foi um processo muito rico de troca de informações”, revelou Romão, referindo-se à região que concentra empresas financeiras na capital paulista.
“A aceitação foi de 100%. Me falaram para finalizar o projeto e voltar lá. Aí, quando tivermos a aprovação da prefeitura, retornamos e vemos quem vai entrar”, acrescentou.
SAF
A remodelação da Ilha do Retiro não está atrelada à formação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), saída buscada por muitos clubes brasileiros nos últimos anos para melhorar a gestão financeira ou realizar grandes investimentos, como construção de estádios e revitalização de infraestruturas existentes. Por enquanto, o projeto de SAF se encontra parado no Conselho Deliberativo do Sport.
“Não temos nenhum andamento em relação à SAF. O projeto [do novo estádio] é que está andando. Inclusive, uma empresa de São Paulo que nos ajudou na elaboração do projeto financeiro”, explicou Romão.
Eventos
O complexo da Ilha do Retiro está sendo pensado pelo Sport também como forma de atacar a carência do Recife de locais para a realização de eventos diversos.
Atualmente, a cidade conta com um ginásio maior, o Geraldão, reformado e reinaugurado em 2020, que conta com capacidade para 9 mil pessoas. O novo ginásio do Sport, para 4 mil torcedores, seria destinado a competições e shows musicais que necessitem de uma capacidade menor.
“Nossa ideia é termos um ginásio bem equipado, com ar-condicionado e toda a infraestrutura para conseguirmos bons eventos”, destacou o presidente do Sport.
Outra iniciativa será um espaço para a realização de feiras e exposições. Em 6 de agosto, houve a inauguração do Recife Expo Center, espaço com 8 mil metros quadrados no centro da cidade, próximo ao Novotel Recife Marina. O local conta com 10 salas multifuncionais e auditório com capacidade para 1.500 pessoas.
“Eles já têm feiras para os próximos dois anos, para você ver o tamanho da demanda que temos aqui para eventos”, contou Romão, referindo-se aos mais de 40 contratos fechados que foram anunciados pelos donos do empreendimento.
“Nosso centro de convenções seria um espaço menor, com capacidade para 4 mil a 6 mil pessoas”, completou o dirigente.
Estádio
A revitalização da Ilha do Retiro não implicaria um aumento grande na capacidade do estádio. Atualmente, a arena comporta 26.418 torcedores. Pelo projeto apresentado à prefeitura, passaria a comportar 35 mil pessoas.
A ideia, porém, é melhorar o conforto do espaço, com todos os assentos demarcados, aumentar a quantidade de camarotes para 200, a serem negociados com parceiros e patrocinadores, além de melhorar a infraestrutura oferecida para imprensa e convidados.
“Nosso foco não é aumentar muito a capacidade, mas em modernizar, aumentar o conforto. O estádio é antigo, tem 87 anos. Precisa agora de uma reforma”, finalizou o dirigente.