Transferência de Neymar do Barcelona ao PSG entra na mira da Justiça francesa

Neymar atuou no PSG de 2017 a 2023 - Reprodução / Instagram (@neymarjr)

Principal astro do futebol brasileiro em atividade, o atacante Neymar, atualmente no Al-Hilal, da Arábia Saudita, teve seu nome envolvido em um a polêmica judicial na França, país onde atuou de 2017 a 2023, defendendo o PSG.

O atleta não é investigado, mas sim membros da alta cúpula do clube e integrantes do governo e da Assembleia Nacional da França, na época em que Neymar chegou a Paris, vindo do Barcelona. O principal alvo da Justiça é o ex-diretor de comunicação do clube Jean-Martial Ribes, que teria exigido favores fiscais das autoridades francesas para finalizar a transferência do jogador, em 2017.

As informações são do jornal francês Libération, que teve acesso ao relatório de nove páginas, elaborado pela Inspeção-Geral da Polícia Nacional (IGPN) e entregue aos juízes de instrução de Paris, em 21 de novembro do ano passado. O inquérito ainda está em sua fase inicial e busca determinar, além das eventuais responsabilidades no caso, se houve ou não prejuízo aos cofres públicos.

Pressão sobre o governo

Segundo as informações divulgadas até o momento, a suspeita é de que Ribes – que já foi indiciado por corrupção e tráfico de influência – possa ter pressionado o governo francês, com o objetivo de obter favores fiscais (não pagamento de imposto de renda e tributos da seguridade social) sobre a cláusula de liberação de € 222 milhões do jogador (cerca de R$ 1,2 bilhão, na época em que o negócio foi realizado), de modo a reduzir o valor final a ser pago pelo clube parisiense.

As suspeitas das autoridades, segundo as informações divulgadas até o momento, baseiam-se centenas de mensagens obtidas no celular de Ribes, que teria mantido conversas recorrentes com Hugues Renson, ex-deputado aliado do presidente da França, Emmanuel Macron, e vice-presidente da Assembleia Nacional, na época.

O parlamentar, por sua vez, teria mantido contato direto com Gérald Darmanin, que era ministro das Contas Públicas, no período citado na investigação. Darmanin teria a incumbência de cumprir as condições exigidas pelos líderes parisienses. Atualmente, ele ocupa o Ministério do Interior, na França.

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