A Uefa decidiu punir Juventus e Chelsea por violações ao Fair Play Financeiro (FFP, na sigla em inglês). Enquanto o clube italiano não poderá disputar a Conference League na temporada 2023/2024, o time inglês precisará desembolsar € 10 milhões.
As punições foram anunciadas pela entidade que comanda o futebol na Europa na noite da última sexta-feira (28), após investigações do Corpo de Controle Financeiro de Clubes (CFCB). No caso da Juventus, há ainda uma multa de € 20 milhões, embora metade desse valor seja condicional e só será aplicado se as demonstrações financeiras anuais do clube para os anos financeiros de 2023, 2024 e 2025 não cumprirem os requisitos contábeis da Uefa.
A equipe de Turim já afirmou que não concorda, mas aceitará a punição da Uefa e não recorrerá da decisão. Dessa forma, o clube estará livre para retornar às competições europeias de clubes na temporada 2024/2025, quando cinco times da Serie A terão vaga assegurada na fase de grupos da Champions League, que passará a contar com 36 clubes.
“Lamentamos a decisão da Uefa. Não compartilhamos da interpretação que foi dada à nossa defesa e continuamos firmemente convencidos da legitimidade das nossas ações e da validade dos nossos argumentos. No entanto, decidimos não apelar desta sentença. Apresentar um recurso, possivelmente para outros níveis de julgamento, com resultados e prazos incertos, aumentaria a incerteza com relação à nossa eventual participação na Champions League em 2024/2025”, declarou Gianluca Ferrero, presidente da Juventus.
Vale lembrar que o time italiano se classificou para a Conference League depois de encerrar a última temporada da Serie A na sétima colocação. O clube teria terminado em quarto lugar, ou seja, com vaga para disputar a Champions League, mas recebeu uma penalidade de 10 pontos da Federação Italiana de Futebol (FIGC) por acusações de contabilidade falsa.
Chelsea
No caso do Chelsea, a punição de € 10 milhões foi justificada por violações dos regulamentos do FFP após o “envio de informações financeiras incompletas”.
“Após a venda do clube em maio de 2022, a nova propriedade identificou e relatou proativamente à Uefa casos de relatórios financeiros potencialmente incompletos sobre a propriedade anterior do clube. Os assuntos relatados referem-se a transações históricas ocorridas entre 2012 e 2019. Após sua avaliação, incluindo o prazo de prescrição aplicável, a Primeira Câmara do CFCB celebrou um acordo de liquidação com o clube que concordou em pagar uma contribuição financeira de € 10 milhões para resolver completamente os assuntos relatados”, afirmou a Uefa, em um comunicado oficial.
O time inglês revelou que “cooperou totalmente e ajudou a Uefa” nas investigações.
“De acordo com os princípios fundamentais do grupo proprietário do clube de total conformidade e transparência com seus reguladores, agradecemos que este caso tenha sido concluído pela divulgação proativa de informações à Uefa e um acordo que resolva totalmente os assuntos relatados”, destacou o clube, também em um comunicado oficial.
Manchester City
Vale lembrar ainda que a decisão da Uefa pode ter implicações para o Manchester City, que está sendo investigado pela Premier League por violações das regras financeiras da liga há 14 temporadas, ou seja, desde 2009/2010.
Em fevereiro de 2020, o City lançou uma contestação legal contra uma punição da Uefa por quebrar os regulamentos do FFP. Cinco meses depois, o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) anulou a suspensão de dois anos do time na Champions League e reduziu a multa do clube em dois terços.