Uefa planeja estabelecer teto de gastos para salários e transferências de jogadores

Ideia da Uefa é limitar o domínio de supertimes como o Manchester City - Reprodução / Instagram (@mancity)

A Uefa planeja estabelecer um limite de valor que os clubes possam gastar com salários e transferências de jogadores em uma única temporada, de acordo com o jornal britânico The Times.

Se aprovado, o limite funcionaria junto do novo Regulamento de Sustentabilidade Financeira (FSR, na sigla em inglês) da Uefa, segundo o qual as equipes nas competições europeias só podem gastar 90% das receitas em salários e transferências em 2023. Isso cairia para 80% em 2024 e 70% em 2025. A ideia é estabelecer um limite fixo a cada temporada para gastos com salários, transferências e pagamentos de agentes.

O custo da transferência seria medido pela Uefa em uma espécie de amortização. Ou seja, o pagamento pela transferência seria distribuído ao longo do período de contrato até um máximo de cinco anos.

Por enquanto, nenhum teto de gastos foi discutido pela Uefa. No entanto, se isso for aprovado, significaria que um clube não poderia gastar mais do que esse limite, independentemente se esse montante fosse inferior a 90% de sua receita total ou não.

União Europeia

A Uefa trabalha em uma proposta que seja aceita pela União Europeia (UE), embora isso dependa de acertos com outras entidades do futebol europeu. A Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês), que representa os principais times, está de acordo. No entanto, as ligas nacionais europeias e o Sindicato dos Jogadores (FifPro) têm críticas à proposta.

O plano foi submetido a um grupo de trabalho, que inclui representantes de Uefa, ECA, ligas europeias e FifPro, criado para examinar maneiras de aumentar a sustentabilidade e a competitividade do futebol europeu, inclusive explorando limite de gastos.

O grupo de trabalho também analisa o impacto de diferentes níveis de impostos em diferentes países, já que isso pode afetar o quanto os clubes têm para gastar. Como exemplo, o imposto que as grandes empresas pagam é de 13% na Suíça, 25% no Reino Unido e 27,5% na França.

Teto salarial

A mudança é, em parte, uma resposta às preocupações das equipes continentais de que os times ingleses, com donos magnatas e polpuda arrecadação com direitos de transmissão da Premier League, possam se tornar ainda mais dominantes financeiramente.

Em abril, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, havia dito que queria introduzir um teto salarial no futebol europeu “o mais rápido possível” para proteger o equilíbrio competitivo, acrescentando que as negociações com os clubes estavam em andamento. O dirigente considera que estabelecer um teto de gastos seria “a solução” para garantir que os salários sejam mantidos sob controle.

A Uefa sabe que precisa tentar nivelar o campo de jogo, já que a diferença financeira entre a Premier League e as outras ligas nacionais europeias aumenta a cada temporada.

Caso o plano seja aprovado, as competições de clubes da Uefa, incluindo a Champions League, se juntariam a outras ligas com limites de gastos. Nos EUA, a NFL, por exemplo tem um limite de gastos de US$ 224,8 milhões em contratos de jogadores. Já a NBA tem um gasto mínimo com salários de US$ 123,7 milhões por franquia.

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