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Vasco fecha empréstimo com Crefisa, que terá poder de autorizar ou não venda da SAF

Clube dará 20% do capital da sociedade anônima como garantia do financiamento de R$ 80 milhões, que cobrirá pagamento de salários, fornecedores e obrigações trabalhistas

Vasco fechou empréstimo de R$ 80 milhões com a Crefisa - Reprodução / vasco.com.br

O Vasco fechou, na última quarta-feira (1º), um empréstimo de R$ 80 milhões junto à Crefisa, empresa fundada por José Roberto Lamacchia e comandada pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira. A companhia vinha sendo, nos últimos anos, patrocinadora máster do Verdão, até ser substituída pela casa de apostas Sportingbet no começo de 2025.

De acordo com informações do portal GE, com essa operação financeira, o clube terá de solicitar autorização à Crefisa para uma eventual venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) a algum investidor. Essa exigência será válida até 26 de junho de 2026.

Hoje, tanto o clube quanto a SAF estão em recuperação judicial. Com isso, qualquer negociação ou mudança no controle acionário dependeria ainda da aprovação da juíza da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, responsável pelo processo.

Vale lembrar que, atualmente, o clube vive uma disputa com a 777 Partners, que comprou 70% da SAF vascaína por R$ 700 milhões, mas realizou aporte de fato referente a 31% das ações, mediante o pagamento de R$ 310 milhões.

O racha entre a diretoria cruz-maltina e a investidora foi deflagrado em meados do ano passado, enquanto surgiam notícias sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa no exterior.

A 777 Partners não teria apresentado garantias de que tinha condições de arcar com aporte de R$ 370 milhões.

Assim, o Vasco conseguiu afastar judicialmente a empresa do controle da SAF e hoje exerce os direitos sobre os 39% de ações que não chegaram a ser integralizados pela companhia norte-americana, além de ser dono de outros 30% do capital da sociedade anônima.

Garantia

Os R$ 80 milhões a serem emprestados pela Crefisa ao Vasco servirão para o pagamento de salários e também ajudarão a saldar compromissos com fornecedores e obrigações trabalhistas e fiscais do clube.

O Vasco ofereceu como garantia do financiamento 20% do capital da SAF (20 mil ações ordinárias classe A), pertencentes ao clube associativo. Isso cobriria não apenas os R$ 80 milhões que serão tomados em empréstimo, mas também os juros da operação.

A Crefisa apenas poderia assumir o controle efetivo das ações em caso de inadimplência por parte do clube.

O acordo prevê carência de 12 meses para o Vasco, que terá 36 meses para quitar o financiamento. No total, a diretoria conversou com 60 instituições financeiras, antes de fechar com a Crefisa.

Dessas, 40 assinaram acordo de confidencialidade. No fim, cinco propostas foram habilitadas para análise, com a empresa de Leila levando a melhor sobre as concorrentes.

Para que o empréstimo se concretize, é necessária ainda a aprovação por parte da administração judicial nomeada no processo de recuperação judicial, que já solicitou um plano detalhado de como os recursos serão utilizados.

Além disso, o Estatuto do Vasco determina que a operação financeira depende do aval do Conselho Deliberativo do clube, para ocorrer.