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Intel deixa Programa Top de patrocínio às Olimpíadas e aumenta lista de baixas do COI

Gigante de tecnologia, que teve prejuízo de US$ 18,8 bilhões no último ano fiscal, estaria prestes a cortar 20% de seus postos de trabalho

Arena de vôlei de praia em frente à Torre Eiffel, um dos cartões postais de Paris 2024 - Divulgação

Arena do vôlei de praia em frente à Torre Eiffel foi um dos cartões-postais de Paris 2024 - Divulgação

O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou a saída da Intel do Programa Top de patrocínio após o fim do contrato, no final do ano passado. A Intel era parceira da entidade desde 2017, em um acordo que abrangeu os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e Paris 2024. Após as Olimpíadas, porém, nenhuma das partes havia se manifestado se o compromisso seria renovado.

A notícia da saída da gigante de tecnologia do Vale do Silício (EUA) foi divulgada pela primeira vez pela newsletter Zeus Files, depois que o logotipo da empresa foi removido da lista dos patrocinadores principais do COI no site oficial.

“A parceria Top da Intel, que começou em 2017, foi concluída no final de 2024. Dada a turbulência na indústria da Intel, o acordo nunca foi previsto nas receitas do COI Top além de 2024”, afirmou o comitê.

“O COI gostaria de agradecer à Intel pela parceria e pelas inovações de ponta que a empresa trouxe aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos nos últimos oito anos”, acrescentou a entidade.

Perdas

Com a confirmação, a Intel se torna mais um dos patrocinadores Top do COI a encerrar a parceria com a entidade após os Jogos de Paris 2024. A saída da empresa de tecnologia segue as perdas de outras quatro: Atos, Bridgestone, Panasonic e Toyota.

A maior parte delas deixaram de apoiar o Movimento Olímpico após uma série de Jogos realizados na Ásia: Pyeongchang 2018 (Inverno), Tóquio 2020 (Verão) e Pequim 2022 (Inverno).

A mudança ocorre em meio a desafios maiores para a Intel, que registrou um prejuízo de US$ 18,8 bilhões no ano fiscal de 2024 e estaria com planos de demitir até 20% de sua força de trabalho.

Durante o acordo com o COI, a Intel detinha os direitos de apresentar diversas tecnologias com os aros olímpicos, incluindo 5G, realidade virtual e desenvolvimento de conteúdo 3D e 360º, além de inteligência artificial (IA), drones e processadores. A empresa também forneceu seus serviços para apoiar os Jogos.

Em Paris 2024, usou tecnologia de IA para fornecer experiência aos torcedores e ajudar a fornecer transmissão ao vivo em 8K do evento.

Vale lembrar que o programa de patrocínio Top foi responsável por 30% da receita de US$ 7,6 bilhões do COI durante o ciclo olímpico de 2017 a 2020/2021, o equivalente a cerca de US$ 2,3 bilhões.

Ganhos

Apesar de vários patrocinadores terem deixado o principal nível de patrocínio nos últimos 12 meses, o COI também atraiu novas empresas. Em fevereiro, foi anunciado um contrato de oito anos com a empresa chinesa de eletrônicos TCL. Recentemente, ainda houve as renovações com Allianz e AB Inbev até Brisbane 2032.

No final do ano passado, o COI divulgou que já havia garantido US$ 7,3 bilhões em receita total para o quadriênio atual, entre 2025 e 2028, bem como US$ 6,2 bilhões para o período de 2029 a 2032.