O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Los Angeles 2028 (LA28) anunciou a venda de direitos de nomeação para seus locais de competição. A iniciativa faz parte de uma estratégia para atingir a meta de arrecadação de US$ 2,5 bilhões em patrocínios.
A medida rompe com a política tradicional do Comitê Olímpico Internacional (COI), que por décadas evitou a presença de marcas nos nomes dos locais de competição dos Jogos.
A ideia foi aprovada pelo COI e permitirá que patrocinadores do programa olímpico tenham prioridade na aquisição dos naming rights de até 19 instalações temporárias. A expectativa é de que os acordos ajudem a compensar o atraso na captação de recursos, agravado pela pandemia de Covid-19 e pelas dificuldades econômicas conjunturais.
“A necessidade é a mãe da invenção”, afirmou Terrence Burns, ex-executivo de marketing do COI, que auxilia Los Angeles na organização dos Jogos.
“Eles encontraram uma solução com a qual o COI se sente confortável em termos de direitos e proteção de marca. Todos estão felizes”, acrescentou o profissional, em entrevista ao site Sportico.
Direitos de nomeação
Entre os locais já nomeados estão o Comcast Squash Center, no Universal Studios, que sediará a estreia olímpica do squash; o Honda Center, em Anaheim, que receberá o vôlei; e o Peacock Theater, que será palco do boxe, em acordo firmado com a NBCUniversal.
Empresas que já detêm naming rights em locais permanentes, como o SoFi Stadium, o Intuit Dome e a Crypto.com Arena, poderão manter esses direitos durante os Jogos, mediante pagamento de taxa. Caso optem por não confirmar esse direito, os locais serão renomeados com títulos neutros, em conformidade com a antiga política do COI de nomes limpos de arenas olímpicas.
Rick Burton, ex-diretor de marketing do Comitê Olímpico dos EUA, acredita que a mudança pode influenciar outras edições dos Jogos.
“Assim que os norte-americanos quebrarem o gelo, é lógico que todos os outros [organizadores] irão seguir o exemplo”, enfatizou.
Modelo
O Comitê Organizador de LA28 é uma organização sem fins lucrativos financiada por capital privado. Desde que foi escolhida para sediar os Jogos, em 2017, a entidade enfrentou dificuldades para atrair patrocinadores em ritmo semelhante ao de edições anteriores.
O presidente do comitê, Casey Wasserman, já havia declarado que espera alcançar pelo menos US$ 2 bilhões em receita com patrocínios até o fim deste ano.
A estratégia de naming rights se aplica a locais temporários, criados para atender modalidades que não podem ser realizadas em estruturas já existentes em Los Angeles. O comitê mantém o compromisso de não construir novas arenas permanentes.
Além de Comcast e Honda, o comitê anunciou recentemente a Uber como parceira oficial de transporte. Outras categorias ainda estão em negociação, incluindo telecomunicações e bancos.