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Gestão humana vira diferencial do Vôlei Guarulhos no mercado

Com processos transparentes e participação ativa dos atletas em decisões, equipe se destaca por criar um sentimento de pertencimento e valorização no elenco

Vôlei Guarulhos foi campeão da Copa Joinville Vôlei - Ivanor Jr. / Divulgação

O Vôlei Guarulhos encontrou na gestão humana um caminho para se diferenciar e construir um projeto esportivo sólido. Liderado por Anderson Marsili, presidente do clube e convidado do Maquinistas, o podcast da Máquina do Esporte, na semana passada, a equipe adota um modelo de administração que coloca os atletas como protagonistas não apenas dentro de quadra, mas também nas decisões estratégicas do dia a dia, fomentando uma cultura de transparência e pertencimento.

Ao contrário de modelos mais centralizadores, a equipe de Guarulhos (SP) busca envolver seus jogadores em diversas esferas da gestão. Questões como logística, planejamento e até mesmo a relação com patrocinadores são discutidas abertamente com o elenco.

Essa prática, segundo Marsili, busca não apenas encontrar as melhores soluções em conjunto, mas também educar os atletas sobre a complexidade do negócio, fazendo com que eles entendam como a equipe se sustenta.

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A filosofia de trabalho tem se mostrado um diferencial para o Vôlei Guarulhos, que, mesmo com um orçamento inferior ao dos principais concorrentes, tem alcançado resultados consideráveis. O envolvimento direto dos atletas gera um nível de comprometimento que se traduz em performance, mostrando que a valorização do capital humano pode ser tão decisiva quanto um alto investimento financeiro.

“Eu trago eles [sic] para fazer parte das decisões. Hoje, é normal a gente ter discussões com todos os atletas para a gente definir, juntos, a logística que vamos fazer, sobre um problema que nós temos de repasse de patrocinador (…)”, comentou Anderson Marsili.

A transparência é outro pilar valorizado e trabalhado pela gestão do Vôlei Guarulhos. O clube compartilha os desafios e os problemas com o grupo, criando uma relação de confiança mútua. Essa abordagem também busca desmistificar a ideia de que o jogador deve se preocupar apenas com o próprio desempenho.

O time investe em educar seu elenco sobre o ecossistema do esporte, mostrando como o apoio de um patrocinador é vital e como as atitudes de cada um impactam a imagem e a sustentabilidade da equipe a longo prazo, em uma via de mão dupla.

“O cara não fica sabendo só as coisas boas. Eu não fico só ‘ah, vou fazer propaganda só do que é bom’. Eu divido as ‘dores de barriga’ para eles entenderem qual é o processo. E eu acho que faz parte da nossa gestão ir educando eles [sic] a entender tudo o que está envolvido”, destacou o presidente.

Além disso, Marsili ressaltou a importância de também ouvir atletas experientes, que muitas vezes não têm voz ativa em ambientes tradicionais. Ao dar esse espaço aos jogadores com esse perfil, o clube não só aproveita um conhecimento valioso, mas também reforça a mensagem de que todos são essenciais para a construção do sucesso coletivo.

“Antigamente, o atleta não tinha voz no time. O gestor [falava] ‘estou pagando seu salário, você não tem que dar opinião aí’. O cara tem uma experiência gigantesca e por que eu não posso usar [isso a meu favor]?”, pontuou.

O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Anderson Marsili, presidente do Vôlei Guarulhos, está disponível no canal da Máquina do Esporte no YouTube: