O mercado asiático de artigos esportivos, particularmente na China, se tornou o centro de uma competição acirrada que envolve algumas das maiores marcas do mundo. E essa guerra tecnológica entre as marcas asiáticas tem pressionado as maiores empresas do planeta que possuem negócios importantes no continente.
Com um foco contínuo em desenvolvimento tecnológico em escala acelerada, as marcas asiáticas, principalmente chinesas, têm rivalizado com as gigantes globais do mercado esportivo, como Nike, Puma e Adidas.
No podcast Maquinistas, da Máquina do Esporte, Sérgio Baccaro, CEO da 361º no Brasil, e Camila Pinheiro, gerente de marketing da 361º no Brasil, explicaram que esse crescimento é impulsionado por um foco contínuo na velocidade de desenvolvimento de produtos e estratégias de varejo.
“Na Ásia, as marcas brigam entre elas de uma maneira mais agressiva do que as marcas esportivas do Ocidente. Essa briga é em cima de tecnologia, qualidade de design e velocidade de desenvolvimento. As marcas na China lançam coleções a cada três meses”, contou o CEO.
“Elas têm que lançar uma tecnologia nova a cada três meses, porque senão o concorrente delas vai lançar. Então é uma guerra acirrada, não só para conquistar o território chinês, mas para conquistar todo o território asiático”, prosseguiu.
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O mercado asiático, com grande volume de consumidores, oferece condições para o desenvolvimento de grandes marcas, que muitas vezes dominam o continente sem nem sequer serem conhecidas no Ocidente.
“Isso já é uma explicação do porquê as marcas chinesas não estão entrando com toda essa vontade no Ocidente. Eles têm um mercado tão grande na Ásia que, hoje, estão brigando por participação na Malásia, no Vietnã, em vários países ali em volta, onde as marcas ocidentais estão perdendo cada vez mais força”, explicou Sérgio Baccaro.
Quedas de gigantes
O rápido desenvolvimento das marcas asiáticas tem impactado diretamente os negócios de gigantes do segmento. A Nike, maior marca esportiva do mundo, por exemplo, apresentou queda na Ásia nos últimos meses.
A empresa norte-americana teve uma redução de 12% no quarto trimestre do ano fiscal de 2025 (encerrado no dia 31 de maio), o equivalente a US$ 6,6 bilhões, na Grande China. No terceiro trimestre, a marca já havia registrado queda de 17% na região.
A alemã Puma também apresentou queda este ano. A empresa registrou declínio de 3,9% nas vendas na China Continental no segundo trimestre de 2025.
O declínio não se justifica apenas pelo avanço das marcas chinesas. Fatores geopolíticos, como a relação dos EUA com o resto do mundo após as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, também influenciam a flutuação.
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Marcas como 361º, Anta Sports, Li-Ning, Xtep e Peak estão entre as responsáveis pelas dificuldades vivenciadas pelas gigantes mundiais no mercado asiático.
“A 361º está na bolsa de valores de Hong Kong. Nos últimos cinco anos, se não me engano, foram 458% de crescimento. Só na Ásia são 7,5 mil lojas. Eles têm uma velocidade muito grande de aumentar lojas. É um volume tão grande de crescimento que temos uma fábrica própria de produção de imóveis para as lojas”, enfatizou o CEO da 361º.
O episódio do Maquinistas, podcast apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Sérgio Baccaro, CEO da 361º no Brasil, e Camila Pinheiro, gerente de marketing da 361º no Brasil, está disponível no canal da Máquina do Esporte no YouTube:
