Com cerca de 120 clientes em seu portfólio, a Roc Nation Sports Brazil ajuda a construir a trilha de sucesso para algumas das maiores e mais promissoras estrelas do futebol do país, na atualidade.
Divisão brasileira da agência internacional fundada pelo rapper norte-americano Jay-Z, a Roc Nation Sports Brazil foi criada a partir da aquisição da TFM Agency. Entre seus clientes ilustres estão nomes como Vinícius Júnior, do Real Madrid, e Endrick, do Palmeiras, que está de malas prontas para o clube merengue.
CEO do braço brasileiro da Roc Nation, Frederico Pena foi o entrevistado desta semana do podcast Maquinistas, da Máquina do Esporte. Na conversa com os apresentadores Erich Beting e Gheorge Rodriguez, o executivo comentou sobre a trajetória da empresa e as ações que ela realiza, em parceria com os atletas.
De acordo com ele, o objetivo da Roc Nation Sports Brasil é fazer com que os jogadores de futebol não sejam ícones apenas esportivos, mas também culturais globais. “Hoje, o atleta é cada vez mais um influenciador, em todos os sentidos”, afirmou.
Frederico Pena atuou na Traffic Sports Marketing em diversos cargos, incluindo diretor comercial de direitos de patrocínio e marketing.
Mais tarde, foi dono da Fabrica Sports Agency e fundador e CEO da Traffic Talentos, antes de assumir o cargo de diretor de futebol da Traffic Sports, em janeiro de 2011. Dois anos e meio depois, tornou-se CEO da divisão de futebol da agência, permanecendo por quase seis anos. De 2015 a 2019, ainda foi presidente do Estoril Praia, de Portugal.
Papel do agente esportivo
Frederico Pena comentou a respeito do papel agente esportivo, figura que, por muito tempo, foi “demonizada” na cultura brasileira e ainda hoje, na visão dele, é mal compreendida.
“O que o torcedor quer é que o jogador permaneça em seu clube do coração. Mas quase ninguém pensa no outro lado. Será que o atleta está sendo devidamente valorizado por aquilo que produz em campo? O agente é alguém que está lá para defender os interesses do ídolo”, afirmou.
De acordo com ele, a relação da Roc Nation Sports Brazil com Vini Jr. e Endrick começou cedo, antes de os atletas completarem 14 anos, quando já davam sinais de que possuíam talentos muito fora da curva.
No caso do atleta palmeirense, por exemplo, o contrato de representação previa que a empresa prestasse assessoria do pai de Endrick, uma vez que a legislação brasileira não permitia jogadores menores de 18 anos de possuírem agentes.
“A lei que estabeleceu o contrato de formação no Brasil, da forma como foi feita, é um escárnio”, afirmou.
Na visão de Pena, os primeiros contratos firmados ainda na adolescência são determinantes para o futuro da carreira de um atleta. “Por isso, é fundamental contar com a orientação de um agente, desde cedo”, disse.
Transferências internacionais
Frederico Pena falou também a respeito das transferências internacionais. Segundo ele, é um mito a visão de que jovens promessas irão receber, de uma só vez, muitas propostas vindas de times do exterior.
“São raros os casos em que um mesmo jogador recebe mais de uma oferta formal. Quando o atleta é jovem, vem da base e se destaca, quase nunca tem como escolher. Ele sabe que alguma hora a proposta pode chegar e não há muito tempo para ficar pensando”, explicou.
De acordo com Pena, a agência costuma auxiliar atletas e seus familiares a analisarem as propostas, quando elas surgem. “Mas a palavra final é sempre do jogador”, explicou.
Racismo
Durante a entrevista, Frederico Pena foi questionado a respeito das iniciativas desenvolvidas pela Roc Nation Sports Brazil, visando auxiliar o atacante Vini Jr. a lidar com os recorrentes ataques racistas sofridos no futebol espanhol.
Ele explicou que o atleta conta com uma equipe 100% dedicada, atuando em Madri, na Espanha. “Nosso papel, nesses casos, é empoderar nosso cliente, oferecendo informação necessária e cercando-o de pessoal competente”, disse.
Essa equipe foi escolhida com auxílio da Roc Nation Sports Brazil, mas é contratada pela empresa da atleta. De acordo com o executivo, o modo como Vini Jr. tem se posicionado diante do racismo é resultado de uma escolha pessoal do jogador.
“Enfrentar o racismo é a vontade dele. É a maneira que ele encontrou para lidar com o problema”, disse.
Essa atitude espontânea, que reflete a personalidade marcante do jovem craque, pode ser observada também em Endrick, revelou Frederico Pena.
“A postura centrada de Endrick é algo totalmente dele. É fato que ele fez media trainning e tem assessoria de imprensa. Mas o jeito dele é algo muito marcante. Ele é muito focado”, disse.
De acordo com o executivo, o futebol brasileiro costuma revelar pelo menos um talento fora da curva, ao ano. A Roc Nation Sports Brazil dedica seus esforços a identificar esses fenômenos. A empresa possui profissionais que acompanham competições e garimpam as jovens promessas.
O conhecimento de Frederico Pena nessa área foi desenvolvido ao longo de vários anos, em especial a partir da experiência no Desportivo Brasil, do Grupo Traffic.
“Quando comecei, minha ideia era trabalhar com clientes já formados e que garantiriam uma negociação mais rentável. É aquela coisa de ‘tempo é dinheiro’. Mas, então, foi ficando claro que, se esses jogadores não fossem identificados com 13 ou 14 anos, ficaria difícil encontrá-los mais tarde”, disse.
Confira a entrevista completa de Frederico Pena, CEO da Roc Nation Sports Brazil, ao Maquinistas, no canal do YouTube da Máquina do Esporte: