O futebol brasileiro foi impactado na semana passada pelo suposto vazamento de que a seleção teria como sua segunda camisa na Copa do Mundo de 2026 uma peça nas cores vermelha e preta. No Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte, Lênin Franco, ex-diretor de marketing e comercial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), porém, afirmou que os designs divulgados não estão corretos.
O responsável pelos vazamentos foi o site especializado Footy Headlines. A peça divulgada pelo veículo é vermelha e preta, com o símbolo da Jordan no lugar da Nike. Limitado pelas restrições impostas por contrato, Lênin Franco não negou sobre as cores, mas não se absteve de comentar sobre o design.
“Eu não posso dar muitos detalhes por conta do acordo de confidencialidade. O que posso dizer é que tudo que saiu não é verdade. Isso eu posso garantir”, afirmou Lênin Franco.
“Estou falando de leiautes, todos os divulgados são mentirosos. É importante ressaltar que é normal as marcas terem o segundo uniforme em cor diversa, no mundo todo”, acrescentou.
Lênin Franco deixou o cargo de diretor de marketing e comercial da CBF no início de abril, depois de quase dois anos na função. Portanto, esteve presente em todo o processo de criação das peças que serão utilizadas na Copa de 2026. No Maquinistas, o executivo detalhou as etapas para a criação de uma nova camisa para a seleção brasileira de futebol.
“Normalmente, o prazo padrão é começar a discutir com dois anos de antecedência. Em um período, você recebe uma apresentação deles mostrando o conceito que vão trabalhar. Isso volta para os EUA e lá é desenvolvido por eles um primeiro esboço, que é meramente uma ilustração”, contou.
“Aí, vem uma equipe da Nike para cá, para fazer uma apresentação das ilustrações alinhadas ao conceito. E, a partir disso, você vai validando. Depois de validado, isso volta para os EUA, e eles vão levar mais seis meses para produzir as peças-piloto”, continuou.
A estratégia de ousar na camisa reserva, porém, não seria inédita se aplicada ao Brasil. O movimento é uma tendência que tem como objetivo principal uma maior aproximação com as novas gerações, que cada vez mais se preocupam com o design das camisas.
“Grande parte dessa geração não compra a camisa pelo escudo ou pelo time que torce; ele compra pelo design. E o design tem a ver com o estudo psicológico, de como essa geração se sente ao colocar a roupa, porque ela também é uma maneira de se sentir enquadrado em um grupo social”, apontou Lênin Franco.
“As marcas estão atentas a isso. Elas não podem abrir mão e querer fazer algo ‘quadrado’. Quem compra camisa mais tradicional é o público mais velho, mas o público mais novo quer algo diferente. Então, você tem que tentar atender essas duas demandas”, concluiu.
Antes de se tornar diretor de marketing da CBF, Lênin Franco ocupou o mesmo cargo no Bahia, Botafogo e Cruzeiro. Durante sua participação no Maquinistas, o executivo também compartilhou experiências vividas nos clubes.
O episódio do Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Lênin Franco, ex-diretor de marketing e comercial da CBF, estará disponível nesta terça-feira (6), às 19h (horário de Brasília), no canal da Máquina do Esporte no YouTube: