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O que falta para o esporte brasileiro alcançar o próximo nível?

Apesar do crescimento recente e do maior interesse de investidores e talentos, esporte no Brasil ainda enfrenta desafios estruturais para atingir seu potencial

Atletas do Time Brasil acenam durante a cerimônia de abertura de Paris 2024 - Reprodução/Instagram @paris2024

Atletas do Time Brasil acenam durante a Cerimônia de Abertura de Paris 2024 - Reprodução / Instagram (@paris2024)

A falta de políticas públicas focadas no desenvolvimento do esporte, além de questões relacionadas a desafios macroeconômicos e culturais, são os principais fatores que impedem o mercado esportivo brasileiro de alcançar o próximo nível, segundo Mauro Corrêa, sócio-fundador da Golden Goal e sócio do Grupo Sisu. No episódio do Maquinistas desta semana, o executivo ressaltou a importância de uma governança clara e da união entre os diferentes atores do mercado para elevar o patamar dessa indústria.

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Segundo Corrêa, o Brasil ainda tem questões estruturais importantes a serem superadas para competir de igual para igual com mercados mais desenvolvidos como o europeu e o norte-americano. Ele citou como principal obstáculo a ausência de uma política pública eficiente e focada no desenvolvimento do esporte. O especialista explicou que essa não é a função do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que foca na alta performance, mas sim de outras esferas do governo que precisam priorizar a educação física nas escolas.

“Nas escolas, a gente tem cada vez menos educação física. Quando você não gera experimentação, você não gera a possibilidade de se ter um mercado consumidor de atletas e ali, para mim, está a semente de toda a questão do consumo fora do futebol, para desenvolver outras modalidades, e o Brasil ser uma potência do esporte”, comentou o executivo.

Corrêa também destacou que o país é um dos mais inóspitos para empreender devido a questões tributárias e legislativas, o que acaba por limitar o crescimento da indústria. Outro ponto que o executivo enxerga como crucial para a profissionalização do mercado é o uso de dados. O esporte brasileiro, em geral, ainda faz pouco uso do grande volume de informações que possui sobre seus consumidores.

“Se você olhar para o sócio-torcedor, continua a ser o maior desafio. Como é que a gente monetiza aquele sócio-torcedor fora do ambiente de consumo da partida?”, questionou o sócio do Grupo Sisu.

O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Mauro Corrêa, sócio-fundador da Golden Goal e sócio do Grupo Sisu, está disponível no canal da Máquina do Esporte no YouTube: