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Planejamento do Remo para 2026 contempla adequação ao Fair Play Financeiro

Clube paraense pretende alinhar o orçamento e as dívidas às novas regras da CBF para fortalecer a gestão e dar exemplo

Atacante Pedro Rocha comemora acesso do Remo para a Série A do Campeonato Brasileiro de 2026 - Samara Miranda / Remo

A discussão sobre a implementação do Fair Play Financeiro no futebol brasileiro tem ganhado força nos bastidores como um mecanismo essencial para a sustentabilidade dos clubes.

No Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte, André Alves, ex-CEO do Remo, por exemplo, apontou que o clube já iniciou a estruturação de seu planejamento para atender aos critérios de controle de gastos e gestão de dívidas que estão sendo debatidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“Eu já tenho uma relação muito boa e muito próxima com o Ricardo Gluck Paul, que hoje é presidente da Federação Paraense e está hoje na CBF, liderando essa questão do Fair Play. Tenho, nos bastidores, conversado muito com ele. Dando tudo certo lá, e eu continuando no Remo, o Remo já vai anunciar que nosso orçamento vai vir adequado ao Fair Play Financeiro”, afirmou o executivo, que, na data da entrevista, ainda era CEO do Remo. Agora, ele faz parte do conselho da presidência do clube.

Essa antecipação envolve uma revisão detalhada do orçamento e a administração dos passivos existentes. A estratégia visa a posicionar o clube de forma organizada administrativamente para a temporada que marcará o retorno da equipe à Série A do Campeonato Brasileiro.

“As regras de gasto, a gente já vai trazer a dívida que estamos negociando pra dentro do ano de 2026. Então, o Remo já vai estar adequado ao Fair Play Financeiro”, prosseguiu Alves.

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Necessidade

O entendimento de André Alves é de que a implementação dessas medidas exige uma mudança cultural dentro do ambiente esportivo. O movimento é encarado pelo executivo como fundamental para a saúde financeira a longo prazo.

“Tem algumas pessoas que estão muito reticentes, mas tem que começar. Eu, como Remo, que estou saindo da Série C para a B, e da B para a A, se a gente se enquadrar, deixamos uma mensagem importante de fazer o certo”, analisou.

A participação ativa dos clubes no debate e a conformidade com as diretrizes foram citadas por André Alves como os caminhos para o desenvolvimento estrutural do mercado e a melhoria do produto futebol como um todo.

Vale destacar que o Remo esteve entre os 36 clubes brasileiros que participaram do Grupo de Trabalho (GT) que auxiliou a CBF no estabelecimento das normas do Fair Play Financeiro que será seguido pelo futebol brasileiro.

“Vamos nos adequar aos critérios que a CBF está colocando e vamos juntos. Acho que ajuda quanto mais você tiver regras para trabalhar a gestão do clube, trabalhar bem o recurso. A CBF tá indo num caminho bacana. Se cada clube fizer a sua parte, a coisa pode dar certo”, concluiu o executivo.

O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de André Alves, ex-CEO do Remo, estará disponível a partir desta terça-feira (16), às 19h (horário de Brasília), no canal da Máquina do Esporte no YouTube: