A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar as tarifas de importação para produtos provenientes de diferentes países tem afetado as finanças de grandes empresas que atuam no esporte.
Depois da Puma fechar o primeiro semestre do ano com déficit de € 246,6 milhões e projetar perdas de € 80 milhões no lucro bruto, por conta das políticas do republicano, foi a vez da concorrente Adidas ser sacudida pelas decisões do ex-apresentador do reality show “O Aprendiz” e atual morador mais ilustre da Casa Branca.
Nesta quarta-feira (30), as ações da marca das três listras sofreram queda de 7,4% (no início do pregão, a desvalorização havia chegado a 9%), após a empresa anunciar que terá custos adicionais de € 200 milhões no segundo semestre deste ano, por conta do tarifaço de Trump.
A Adidas prevê que as tarifas de importação em vigor nos Estados Unidos deverão encarecer seus produtos no mercado norte-americano. “Os aumentos de preços, se houver, serão apenas nos Estados Unidos”, afirmou o CEO da Adidas, Bjørn Gulden, ao ser questionado por repórteres, durante a teleconferência de apresentação dos resultados.
O executivo explicou que gestão da empresa fará uma revisão geral dos preços dos produtos com base nas alíquotas finais de importação que forem definidas pelo Governo dos Estados Unidos, a partir desta sexta-feira (1).
De acordo com Gulden, a tendência é de que eventuais aumentos de preços sejam aplicados em novos produtos, em vez de nas linhas já existentes.
“O que podemos dizer é que não seremos os líderes de preços. Vamos nos mover lentamente e ver o que está acontecendo no mercado”, disse ele.
Um dos temores da empresa é de que o tarifaço de Trump possa fazer a inflação disparar nos Estados Unidos. “Também não sabemos qual será o impacto indireto na demanda do consumidor caso todas essas tarifas causem uma grande inflação”, afirmou Gulden.
Apesar do cenário de incertezas nos Estados Unidos, a Adidas manteve a projeção de lucro operacional variando entre € 1,7 bilhão e € 1,8 bilhão, no ano.
No segundo trimestre de 2025, a empresa obteve € 5,95 bilhões em receitas, resultado que ficou abaixo dos € 6,23 bilhões esperados.
Esse movimento foi ocasionado por um volume de vendas mais fraco registrado no período. Por outro lado, o lucro operacional da companhia ficou em € 546 milhões, contra € 518 milhões projetados para o trimestre.
