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Futebol, samba, Fórmula 1 e MotoGP: Como a Soccer Hospitality estrutura seus camarotes

Com espaços em alguns dos principais estádios do país e prestes a chegar aos autódromos, empresa fatura mais de R$ 30 milhões por ano

Fielzone é o camarote da Soccer Hospitality dentro da Neo Química Arena - Divulgação / Camarote Fielzone

A Soccer Hospitality, comandada por Leo Rizzo, opera atualmente dez camarotes em estádios de futebol e eventos culturais pelo Brasil. E já se prepara para expandir sua atuação para a Fórmula 1 no fim de 2025 e a MotoGP em 2026, quando a principal categoria do motociclismo mundial retornará ao país após 22 anos.

“Estamos sempre buscando criar experiências que conectem o torcedor aos clubes e eventos, mantendo um padrão de qualidade em todos os espaços”, afirmou Rizzo, em entrevista à Máquina do Esporte.

Atualmente, a Soccer Hospitality fatura mais de R$ 30 milhões por ano e gera receita adicional para os clubes em que a empresa possui camarotes nos respectivos estádios. Para Rizzo, a personalização dos camarotes e a estrutura que eles oferecem atraem públicos que historicamente não frequentavam os estádios.

A pandemia

A trajetória da Soccer Hospitality começou no Morumbi (hoje Morumbis) em 2015, com a inauguração do Camarote dos Ídolos, espaço criado em parceria com ex-jogadores do São Paulo. O sucesso inicial abriu portas para que a empresa expandisse rapidamente sua atuação para estádios como Allianz Parque, Neo Química Arena, Vila Belmiro, Nilton Santos, Casa de Apostas Arena Fonte Nova, Arena do Grêmio, Estádio dos Aflitos e Casa de Apostas Arena das Dunas, consolidando-se como referência em hospitalidade esportiva.

O momento mais delicado veio com a pandemia de Covid-19, quando os estádios ficaram fechados. Para manter a operação, Rizzo lançou a Choperia Fielzone, dentro da Neo Química Arena, em apenas três meses. O espaço funcionava como restaurante e, depois, como delivery, garantindo receita e preservando empregos em meio à crise.

“Começamos como restaurante e depois adaptamos para delivery. Esse movimento foi fundamental para garantir a sobrevivência da empresa e manter nossa equipe ativa”, lembrou Rizzo.

Atualmente, a Soccer Hospitality conta com mais de 200 funcionários fixos, entre eles seis chefs, e uma cozinha central em Pinheiros (SP). De lá, saem todos os alimentos servidos nos camarotes, um modelo que assegura padronização, agilidade e qualidade em qualquer evento ou estádio.

Camarotes

Hoje, a rede de camarotes da Soccer Hospitality inclui:

  • Allianz Parque (Palmeiras) – Fanzone
  • Neo Química Arena (Corinthians) – Fielzone
  • Morumbis (São Paulo) – Camarote dos Ídolos
  • Estádio dos Aflitos (Náutico) – Timbuzone
  • Vila Belmiro (Santos) – Boteco Santista
  • Nilton Santos (Botafogo) – Firezone
  • Casa de Apostas Arena Fonte Nova (Bahia) – Esquadrãozone
  • Arena do Grêmio (Grêmio) – Imortal Sports Bar
  • Casa de Apostas Arena das Dunas (Natal) – Rooftop Dunas
  • Camarote 011 (Carnaval de São Paulo)

Rizzo destacou que cada camarote da Soccer Hospitality é planejado para oferecer uma experiência imersiva ao torcedor, em que arquitetura, gastronomia e entretenimento se complementam. A ambientação e os elementos decorativos são desenvolvidos a partir de pesquisas históricas e curadoria temática, enquanto a parte de alimentos é criada por uma equipe própria da empresa, com cardápios ajustados ao perfil de cada público e ao horário dos jogos.

No Fielzone, camarote do Corinthians, essa personalização fica evidente: a pizza corintiana, de massa preta, virou símbolo das partidas, enquanto o drink “Sangue Corintiano”, servido em recipiente temático, tornou-se atração para fotos e interação entre os torcedores.

Na etapa de concepção de cada novo espaço, historiadores e arquitetos trabalham juntos para que os camarotes reflitam a identidade dos clubes. Símbolos, cores, objetos e até músicas são escolhidos em conjunto, e nada é aprovado sem o aval das agremiações.

“Aprender a história de cada clube e envolver os torcedores nesse conhecimento é essencial. Cada detalhe é pensado para que o torcedor se sinta dentro do espaço que ama”, enfatizou Rizzo.

“Cada camarote é desenvolvido com historiadores e arquitetos e precisa de aprovação do clube ou organizador antes da inauguração. Não entregamos nada sem aprovação. Cada espaço é pensado para o torcedor, não apenas como restaurante, mas como parte da identidade do clube”, acrescentou.

Nos dias de jogo, a experiência vai além da gastronomia: há interação com ídolos, sessões de fotos e autógrafos, além de shows e festas temáticas. Alguns espaços já receberam apresentações de artistas como Alcione, Péricles e Diogo Nogueira, além de bailes de samba e flashback, transformando os camarotes em arenas culturais dentro dos estádios.

Futebol feminino

O Fielzone também funciona como espaço de referência para o futebol feminino. Nos jogos da equipe, muitas vezes disputados no período da manhã, como ocorreu na final do Brasileirão Feminino no último dia 14 de setembro, a operação se adapta para continuar recebendo famílias, com cardápio de café da manhã e ambientação temática.

Rizzo ressaltou que o Corinthians se tornou referência no futebol feminino, o que facilita a atração de públicos diversos, especialmente famílias e crianças.

“Mesmo nos jogos matinais, conseguimos entregar um serviço completo, com café da manhã e ambientação temática, mantendo a experiência de hospitalidade do camarote”, comentou.

Além disso, o Fielzone já foi palco de festas de título da equipe feminina, o que reforça a proposta de ser um ponto de encontro do torcedor corintiano. O resultado é uma operação adaptável, que concilia os valores do clube com a proposta do espaço. Segundo Rizzo, o futebol feminino já representa uma receita significativa para os clubes atendidos.

Expansão: Fórmula 1 e MotoGP

Além do futebol, a Soccer Hospitality planeja expandir para eventos de esporte a motor. Para o fim de 2025, estará com camarote na Fórmula 1, no Grande Prêmio de São Paulo, de 6 a 9 de novembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP). Depois, de 20 a 22 de março de 2026, fará o mesmo na MotoGP, que retornará ao Brasil após 22 anos, com a corrida marcada para o Autódromo Ayrton Senna, em Goiânia (GO).

Na capital goiana, o autódromo passa por reformas para atender às exigências internacionais, incluindo novo asfalto, boxes e áreas de escape. A programação ainda contará com Moto 2 e Moto 3.

“Nosso objetivo é entregar a mesma experiência de hospitalidade que fazemos nos estádios, incluindo estrutura de alimentação, ambientação e atendimento ao público”, finalizou Rizzo.