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Grupo SBF desmancha “ecossistema do esporte” e focará recursos em Centauro e Fisia

Empresa deixará de ter NWB e X3M no portfólio para direcionar o foco para "iniciativas de crescimento e rentabilidade das operações mais relevantes da companhia"

Grupo SBF possuía Centauro, Fisia (distribuidora oficial da Nike no mercado brasileiro), FitDance, NWB, OneFan e X3M - Divulgação

O Grupo SBF anunciou, nesta quarta-feira (1º), uma mudança no portfólio da empresa que culmina no desmanche do chamado “ecossistema do esporte”, criado em 2020. Em um comunicado oficial, o grupo afirmou que concentrará esforços e recursos nas suas duas principais unidades de negócio: Centauro e Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil.

De acordo com o grupo, o objetivo do “novo ciclo estratégico” é focar no crescimento rentável das operações. Com isso, a companhia informou o desinvestimento na plataforma de mídia digital esportiva NWB, que passa a fazer parte do portfólio da N Sports, e a saída da participação na empresa especializada na organização de corridas e eventos esportivos X3M.

“Acredita-se que essa simplificação estratégica permitirá direcionar todo foco e recursos para as iniciativas de crescimento e rentabilidade das operações mais relevantes da companhia. As companhias [Grupo SBF S.A. e SBF Comércio de Produtos Esportivos S.A.] reforçam que referidos desinvestimentos não geram efeitos relevantes em seus resultados, patrimônios, negócios e operações”, informou o Grupo SBF.

Fim do “ecossistema do esporte”

Com a mudança de estratégia, chega ao fim o conceito de “ecossistema do esporte” pregado pelo Grupo SBF desde 2020. À época, a companhia já era dona da varejista esportiva Centauro e, pouco antes do início da pandemia de Covid-19, anunciou a aquisição da operação da Nike no Brasil.

No mesmo ano, em dezembro, a empresa criou a Fisia para ser a distribuidora oficial da marca norte-americana no mercado brasileiro.

Além disso, comprou a NWB, produtora de conteúdo que é dona do canal Desimpedidos, maior fenômeno de produção esportiva do YouTube nacional entre o fim da década passada e o início da década atual.

“A gente está criando a cola. A ideia de que a soma do todo fica maior do que as partes. A gente pretende colar todas as peças do quebra-cabeça em um programa de associação que dê benefícios claros, para que o cliente participe desse ecossistema, e que também dê benefícios para os players desse ecossistema”, afirmou Gustavo Furtado, então vice-presidente e diretor de crescimento do Grupo SBF, em uma entrevista ao Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte, concedida em maio de 2021.

Em fevereiro de 2022, foi a vez do grupo se unir à Sportheca, startup de inovação e tecnologia para a indústria do esporte, e criar o OneFan, sportstech criada para potencializar a relação dos torcedores e fãs com as entidades esportivas, por meio de tecnologia e inteligência para promover o sportainment (nome dado para a soma de esporte e entretenimento).

Pouco depois, houve mais um acréscimo no portfólio, dessa vez com participação na agência X3M, à época com mais de 15 anos no mercado e projetos customizados para grandes marcas como Claro, Red Bull, Mizuno e Nissan.

Por último, em maio de 2022, o Grupo SBF também adquiriu a plataforma de dança FitDance, que, à ocasião, possuía mais de 1 milhão de aulas aplicadas por ano em academias e mais de 10 bilhões de visualizações acumuladas na internet.

Agora, pouco mais de três anos depois, a ideia de “ecossistema do esporte” e o objetivo de “ser o principal destino do esporte no país” é deixada de lado. O foco será apenas em Centauro e Fisia.