Pular para o conteúdo

Modo carreira “low-profile” da vida real bomba nas redes sociais explorando transparência, interatividade e comunidade

Casos nos Emirados Árabes Unidos e no Quênia demonstram a nova fronteira da economia da atenção esportiva, que une gestão, conteúdo e entretenimento

Websérie da JerseyBird Official mostra bastidores administrativos, contratações, marketing e o cotidiano dos atletas do Kahawa Pride FC, de Nairóbi, que disputa a quinta divisão do futebol do Quênia - Reprodução / YouTube (@jerseybird)

Nos videogames, o “modo carreira” sempre foi um convite a viver os bastidores do esporte: montar elencos, negociar contratos e levar um clube ao topo. Agora, essa lógica saiu das telas e ganhou o mundo real, transformando-se em um dos formatos mais envolventes do novo conteúdo esportivo digital.

Não estamos falando do Wrexham, mas sim de versões bem mais modestas, mas tão empolgantes quanto, e bem mais próximas da realidade. É o caso de Soheil Var, nos Emirados Árabes Unidos, e da JerseyBird Official, no Quênia, que documentam todo o processo de administração de seus clubes com autenticidade, transparência e storytelling, gerando interesse de milhões de pessoas.

Ex-jogador sem grande destaque, Soheil Var ganhou notoriedade ao documentar no TikTok a criação de um clube do zero em 365 dias. Ele compartilha tudo: negociações, aluguel de campos, reuniões e erros diários. Um de seus vídeos mais virais, sobre “quem devemos contratar?”, ultrapassou 5,4 milhões de visualizações e já tem mais de 61 mil comentários.

No Quênia, Hayes Canupp, o criador por trás da JerseyBird Official, marca de uniformes personalizados, levou o modo carreira a outro nível ao adquirir 50% do Kahawa Pride FC, de Nairóbi, que joga a quinta divisão. Ele transformou o processo em uma websérie, chamada “Road to the Kenyan Premier League”, que mostra bastidores administrativos, contratações, marketing e o cotidiano dos atletas. Com vídeos que superam 5,8 milhões de visualizações no TikTok (como este em que ele apresenta o projeto) e 530 mil no YouTube, o projeto virou vitrine global da marca, impulsionando vendas, parcerias com outras marcas, como Veo e JG Vending, e engajamento da comunidade.

Ambos os casos simbolizam uma nova fronteira da economia da atenção esportiva, unindo gestão, conteúdo e entretenimento. Se antes o torcedor apenas assistia aos bastidores, agora participa da construção da história. Para os clubes, isso se traduz em novos modelos de engajamento e receita, produtos, patrocínios, licenciamento e comunidades digitais pagas.

Nestes dois exemplos, a transparência e a proximidade definem bem o que é o novo “modo carreira” da vida real.

O conteúdo desta publicação foi retirado da newsletter semanal Engrenagem da Máquina, da Máquina do Esporte, feita para profissionais do mercado, marcas e agências. Para receber mais análises deste tipo, além de casos do mercado, indicações de eventos, empregos e mais, inscreva-se gratuitamente por meio deste link. A Engrenagem conta com uma nova edição todas as quintas-feiras, às 9h09.