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Nike promove mudanças em alta administração com demissões e novo diretor comercial

Mudanças promovidas pelo CEO Elliott Hill fazem parte dos esforços para retomar crescimento

Chuteira Tiempo Maestro, da Nike, foi desenvolvida para atacantes - Divulgação

Em busca de voltar a crescer depois de uma crise que derrubou John Donahoe, a Nike divulgou uma série de mudanças em cargos de alta administração promovidas pelo CEO Elliott Hill, que incluem nomeações para diretorias e exclusão de postos de trabalho.

Muge Dogan, diretor de tecnologia desde o final de 2023, e Craig Williams, que chegou a dirigir a marca Jordan e era diretor comercial, foram demitidos. Os cargos deixarão de existir.

Para a diretoria de cadeia de suprimentos, Venkatesh Alagirisamy foi realocado para o cargo de vice-presidente executivo e diretor de operações. O executivo passará a supervisionar áreas voltadas para tecnologia, planejamento e operações, entre outros.

Matthew Friend, vice-presidente executivo e diretor financeiro da Nike, passará a ser responsável pelas divisões de vendas globais e Nike Direct, setor focado na comercialização direto ao consumidor, que se reportarão a ele.

“Ao colocar essas equipes sob a liderança de Matt, juntamente com o trabalho estratégico que ele já supervisiona, ele se encontra em uma posição para conectar nosso mercado diretamente à estratégia da empresa e onde fazemos nossas maiores apostas”, explicou Elliott Hill em comunicado enviado aos funcionários da marca.

Também foram realizadas mudanças organizacionais regionais. Os chefes de Grande China (Angela Dong), Europa, Oriente Médio e África (Carl Grebert), América do Norte (Tom Peddie) e Ásia-Pacífico e América Latina (Cathy Sparks) passarão a se reportar ao CEO Elliott Hill, como parte da equipe de liderança sênior da Nike.

As mudanças são parte dos esforços de Elliott Hill para reverter decisões consideradas equivocadas tomadas pela última gestão da empresa. A intenção é retomar o foco em atletas de destaque global e fomentar o interesse do público pela marca.

Crise

Apesar de seguir como uma das marcas mais importantes do universo esportivo mundial, a Nike observou queda de ganhos nos últimos anos. Em julho de 2024, a empresa norte-americana divulgou um relatório financeiro em que apontou baixa de receitas que resultou em sua maior queda de ações desde a abertura de seu capital, em 1980.

Os resultados foram reflexo de decisões estratégicas equivocadas tomadas pela marca. A partir de 2020, durante a pandemia de Covid-19, a Nike optou por focar na venda de seus produtos diretamente aos consumidores, se afastando das grandes redes de varejo.

O movimento não gerou o crescimento de receitas esperado e abriu espaço para que outras marcas ganhassem protagonismo nas prateleiras. Mais do que isso, exerceu um papel negativo na fidelidade de consumidores à Nike.

Neste cenário, Elliott Hill assumiu, em setembro de 2024, o lugar de John Donahoe como CEO da Nike. O executivo deveria colocar a marca de volta aos trilhos e iniciou movimentos que incluíram cortes de custos e demissões.

Até o momento, apesar de ter dado indícios de melhora, a Nike segue longe de registrar os números que poderia. No quarto trimestre fiscal de 2025, a empresa obteve o menor lucro líquido desde o último período de 2025.

No primeiro trimestre de 2026, o superávit foi de U$ 727 milhões, valor 31% menor em comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita ficou estável, em US$ 11,7 bilhões.