Com mais de 20 lojas em operação, instaladas nas regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste, a Bayard Esportes busca dar um passo além em sua trajetória, que foi iniciada há quase 70 anos, investindo agora em sustentabilidade e circularidade.
A empresa possui um perfil familiar, mas tem se mostrado sempre aberta à inovação. Em entrevista à Máquina do Esporte, o diretor financeiro e de operações da Bayard Esportes, Lucas Zimmermann, comentou sobre as estratégias de expansão da companhia, que atualmente conta com 10 lojas próprias (além do e-commerce) e 13 franquias.
De acordo com ele, a vocação da família para o comércio remonta ao bisavô Omar Zimmermann.
“Ele era caixeiro-viajante no Rio Grande do Sul e ia de fazenda em fazenda, vendendo produtos para caça e pesca”, explicou.
A trajetória propriamente dita da Bayard Esportes iniciou-se em São Paulo. Lucas cresceu frequentando o escritório da empresa, na loja instalada no Shopping Ibirapuera, na capital paulista.
“Essa história é de resiliência e perseverança. Sempre buscamos oferecer os melhores produtos em performance esportiva e fazer a melhor curadoria para o consumidor. Às vezes, o cliente chega procurando o produto mais caro. Mas será que é daquilo que ele precisa de fato?”, indagou o executivo.
Na visão dele, a curadoria de produtos oferecida nos estabelecimentos físicos é fundamental para a fidelização do consumidor.
“Isso cria uma relação de confiança. Afinal, quando a pessoa chega à minha loja, ele já tem o mundo à mão”, afirmou, referindo-se à grande oferta de e-commerces existente nos dias de hoje.
Expansão
Por vários anos, a atuação da Bayard Esportes esteve concentrada em shoppings da cidade de São Paulo. Atualmente, no entanto, a estratégia de expansão está focada nas franquias e no meio digital.
A primeira franquia foi aberta em Cuiabá (MT). Na sequência, vieram locais em Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Salvador (BA) e Londrina (PR).
Esse movimento, segundo ele, iniciou-se recentemente, coincidindo com a pandemia de Covid-19.
“O que aconteceu foi que notamos o mercado em expansão, com forte demanda por produtos e serviços diferenciados”, salientou.
Na visão dele, a pandemia ressaltou a importância do esporte para a saúde e a qualidade de vida da população, abrindo novas oportunidades no setor.
No caso do universo digital, a Bayard Esportes já possuía uma experiência prévia na área, com o e-commerce lançado nos anos 2000.
“À época, o foco estava na briga por preços. Notamos que aquele não era o caminho”, recordou-se Lucas.
Com a pandemia, a empresa resolveu retomar o e-commerce.
“No cenário atual, o consumidor encontra-se mais maduro. Ainda que busque preço, ele também irá priorizar outras questões ao fazer sua escolha”, disse o executivo.
Economia circular
A tentativa de dialogar com um perfil mais maduro de consumidor inspirou uma das principais apostas da empresa nos últimos tempos: o Bayard Replay.
“Pensávamos em algo na área de sustentabilidade e circularidade”, explicou Lucas.
Por essa iniciativa, clientes podem disponibilizar seus produtos usados e em bom estado no site, recebendo em troca créditos para novas compras em até 24 horas após o processo de triagem das peças.
O trabalho é realizado em parceria com a Loopify, startup que já tem atuação nessa área de venda de produtos seminovos nos mais diversos segmentos.
O Bayard Replay trabalha com calçados, vestuário e acessórios, incluindo artigos como camisas de times de futebol (do Brasil e do exterior), smartwatches, raquetes e tênis esportivos, que apresentem boa qualidade, sendo revendidos a preços mais em conta em relação a um item novo.
Para participar do Bayard Replay, o consumidor deve fazer o cadastro on-line no site da empresa. Depois, ele tem a opção de levar o produto a ser vendido pessoalmente a uma loja física ou enviá-lo gratuitamente.
Após a triagem, os itens são disponibilizados no site para venda. O objetivo principal da iniciativa não é necessariamente comercializar os produtos, mas sim fazer com que circulem e evitar que sejam precocemente descartados.
“Mesmo que o produto não seja vendido, posteriormente nós o direcionamos a ONGs e entidades que atuam na área esportiva”, destacou Lucas.
Conhecido como re-commerce, esse segmento que revende produtos seminovos apresenta um potencial promissor. De acordo com um estudo realizado neste ano pela GlobalData, empresa de dados e consultoria sediada no Reino Unido, o mercado de re-commerce está avaliado em US$ 175 bilhões nos Estados Unidos.
A consultoria projeta que essa modalidade de vendas deverá crescer 55% até 2029, movimentando US$ 291,6 bilhões e superando o mercado geral de varejo.