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Quando parceiros viram adversários: Strava x Garmin marca limites da propriedade intelectual no universo esportivo

Episódio envolvendo tecnologia é um exemplo sobre a importância de se ter estratégias claras para proteger e negociar direitos

Wearables são cada vez mais utilizados para práticas esportivas - Reprodução / ABC News

No universo conectado da tecnologia esportiva, uma disputa judicial entre duas gigantes chama a atenção para o papel estratégico da proteção a patentes e inovações. O Strava, plataforma mundialmente reconhecida que oferece dados detalhados para atletas, está processando a Garmin, líder em dispositivos wearables de performance, por uma suposta infração a patentes que cobrem funcionalidades como “segments”, trechos de rotas em que corredores e ciclistas comparam seus tempos, e mapas de calor, que indicam as áreas mais populares para atividades físicas.

O Strava, que tem mais de 100 milhões de usuários ativos, pede que a justiça obrigue a Garmin a suspender a venda de produtos que contenham essas tecnologias, alegando que um acordo prévio foi violado.

Apesar de serem parceiros históricos, com a Garmin chegando a integrar funcionalidades do Strava em seus aparelhos e plataformas digitais, o conflito mostra uma virada na relação, evidenciando os desafios de se equilibrar cooperação e competitividade em um mercado em crescimento acelerado. 

O que é uma patente?

Patentes são direitos exclusivos que garantem o controle sobre uma invenção por um período, protegendo a propriedade intelectual e incentivando investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

No esporte, já vimos casos emblemáticos, como disputas entre fabricantes de equipamentos e tecnologias que mudaram a forma de treinar e competir, reforçando o valor da inovação protegida por lei.

No caso em questão, o processo envolve também outras patentes do Strava relacionadas à sugestão de rotas baseadas na popularidade dos trajetos, áreas que a Garmin teria explorado além do permitido. Para atletas e clubes que usam esses equipamentos e plataformas, a questão vai além da tecnologia e passa pela experiência do usuário e principalmente pela confiabilidade dos dados que ajudam a planejar treinos e competições.

Para o mercado esportivo e de tecnologia, o episódio é um exemplo sobre a importância de se ter estratégias claras para proteger e negociar direitos de propriedade intelectual, garantindo que a inovação continue caminhando lado a lado com parcerias sólidas.

O conteúdo desta publicação foi retirado da newsletter semanal Engrenagem da Máquina, da Máquina do Esporte, feita para profissionais do mercado, marcas e agências. Para receber mais análises deste tipo, além de casos do mercado, indicações de eventos, empregos e mais, inscreva-se gratuitamente por meio deste link. A Engrenagem conta com uma nova edição todas as quintas-feiras, às 9h09.