Às vésperas da Copa América, um dos assuntos que mais repercutiu nas redes sociais nos últimos dias foi a suposta revolta do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002, com a equipe comandada pelo técnico Dorival Júnior. O ex-camisa 10 foi ao universo digital e publicou que não torceria mais pela seleção, que abandonaria o time e não assistiria a nenhuma partida da equipe durante a competição que terá início na próxima quinta-feira (20).
Diversos veículos repercutiram a fala do ex-jogador, o que causou polêmica até na entrevista coletiva do atacante Raphinha, que está com o grupo que disputará a Copa América. Sem saber de nada, o atacante afirmou que não entendia o porquê de Ronaldinho ter tomado tal atitude.
No entanto, horas depois, veio a explicação: tratava-se de uma campanha de marketing da Rexona, marca da Unilever que é patrocinadora oficial do torneio e quis gerar uma inquietação coletiva sobre um possível “abandono” da torcida do ídolo pelo Brasil, jogando, na verdade, com a ideia de “não abandonar” a seleção brasileira.
“Eu nunca abandonaria a torcida pelo Brasil. Essas minhas palavras de abandono, na verdade, foram reproduções a partir de publicações reais de torcedores nas redes sociais. Imagine você ouvindo essas críticas antes de jogar? Não dá, a motivação vai lá pra baixo. O apoio da torcida faz uma enorme diferença para os jogadores e o que eles precisam é de apoio nessa hora. Por isso, me juntei à Rexona nesse movimento de incentivo da ‘Torcida Que Não Abandona’ e quero convocar todos os torcedores a trazer a confiança durante a Conmebol Copa América, porque, assim como Rexona, não vou abandonar nunca nosso futebol”, explicou Ronaldinho.
Em resumo, foi uma iniciativa com potencial midiático, não a realidade. O tiro, no entanto, pode ter saído pela culatra. Nos bastidores, fala-se que as duras palavras do ex-jogador (mesmo que agora tenham sido justificadas por uma ação de marketing) não caíram bem.
Esporte Clube Fatal Model Vitória
Patrocinadora da equipe, a empresa dava a entender que queria ir além, fechar os naming rights do Estádio Barradão e também do próprio clube. Muito mais potencial midiático do que realidade, uma vez que o processo para uma possível mudança seria longo e extremamente burocrático, sem contar com o fato de ir totalmente contra a torcida, que jamais aceitaria tal ideia.
A questão é que, em ambos os casos, a repercussão foi gigantesca. Tanto no caso do Fatal Model como no da Rexona, as marcas literalmente “caíram na boca do povo”, tornando-se assuntos comentados e repercutidos de forma repetitiva, inclusive em muitos veículos tradicionais de mídia.
O objetivo, sob esse aspecto, foi alcançado. Contudo, em tempos de fake news e da luta incessante para se combater esse tipo de prática, Rexona e Fatal Model acabaram caindo em uma mesma vala. A de achar que vale tudo por engajamento.