Após perdas na pandemia, Disney troca comando e resgata antigo CEO para liderar grupo

A Disney fez uma reversão em seu cargo de liderança ao anunciar que Bob Iger voltará a ser o CEO da empresa, substituindo Bob Chapek no comando da gigante da mídia, em decisão com efeito imediato.

Iger foi o CEO da Disney por 15 anos a partir de 2005, antes de se aposentar, em 2020. Ele ainda permaneceu como presidente executivo até o final de 2021. Agora, foi reconduzido para liderar a Disney pelos próximos dois anos em meio a uma queda preocupante no valor das ações da empresa nos últimos 12 meses.

Pandemia e perdas

Chapek, que substituiu Iger, já havia comandado a divisão de parques temáticos da Disney. Sob sua liderança, a empresa de mídia enfrentou o período de pandemia, que incluiu o fechamento de seus parques temáticos, interrompeu a produção de vários projetos e viu a ESPN ficar sem ter conteúdos ao vivo para exibir durante a paralisação das principais ligas esportivas por causa da crise sanitária mundial.

Outro desafio de Chapek no período foi tornar lucrativa a divisão de vendas direta ao consumidor (DTC, na sigla em inglês), apesar do forte crescimento de assinantes do Disney+.

Recentemente, a Disney informou que suas perdas operacionais nas DTC quase dobraram de US$ 800 milhões para US$ 1,5 bilhão. As ações da empresa também caíram 41,4% desde o início do ano, destacando seus problemas financeiros neste ano.

“Agradecemos a Bob Chapek por seus serviços prestados à Disney ao longo de sua longa carreira, incluindo a condução da empresa nos desafios sem precedentes da pandemia”, disse Susan Arnold, presidente do Conselho da Disney.

“O Conselho concluiu que, à medida que a Disney embarca em um período cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar a empresa nesse período crucial”, acrescentou a executiva.

Venda da ESPN

Apesar dos problemas, o ESPN+ continuou a crescer. A partir de 1º de outubro, a plataforma de streaming de esportes aumentou o número de assinantes pagos em 42%, chegando a 24,3 milhões de pessoas.

Sob a liderança de Chapek, a Disney confirmou que não iria se desfazer da ESPN, após especulações que surgiram no mercado. Iger, que supervisionou o lançamento do ESPN+, recusou-se a negociar a ESPN durante os últimos anos de seu mandato anterior como CEO.

Direitos de transmissão

Durante o período em que comandou a Disney, Iger também chefiou várias negociações importantes de direitos esportivos, incluindo a NFL (futebol americano), o UFC (artes marciais mistas) e a NBA (basquete). Embora essas negociações sejam geridas principalmente pelo presidente da ESPN, Jimmy Pitaro, e sua equipe, o montante de investimentos passou pela aprovação da liderança sênior da Disney.

O presidente da Endeavor, Mark Shapiro, disse recentemente que o UFC está aberto para iniciar negociações para um novo acordo de direitos de transmissão nos Estados Unidos com a Disney, consolidando seu contrato de cinco anos, no valor de US$ 1,5 bilhão, em acordo iniciado em 2019.

Iger também terá papel central nas negociações com a NBA para o próximo contrato de direitos de mídia nos Estados Unidos. A liga de basquete quer US$ 75 bilhões pelo próximo acordo, o que representa um aumento exponencial em relação aos US$ 24 bilhões pagos atualmente.

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