A World Surf League (WSL) voltará a ser atração ao vivo na TV Globo após 10 anos. A emissora exibirá, dentro do Esporte Espetacular, as finais da etapa de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, do Championship Tour (CT), no próximo domingo (16).
A última vez que isso havia acontecido foi em 2015, por uma coincidência da final cair em um domingo. À época, a Globo conseguiu transmitir uma parte do evento na TV aberta.
Agora, no entanto, a realidade e o interesse são diferentes. A emissora entende que o surfe ganhou força com o público, especialmente com os sete títulos mundiais conquistados no masculino e ainda três medalhas olímpicas (duas no masculino e uma no feminino) em apenas duas edições dentro do programa do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Para atrair um número ainda maior de fãs, a Globo convidou Gabriel Medina, tricampeão mundial e medalhista de bronze em Paris 2024, para atuar como comentarista na transmissão. Medina se recupera de uma cirurgia no tendão do músculo peitoral maior do ombro esquerdo e, por isso, está fora de combate.
A emissora ainda enviou três profissionais para trabalhar in loco no país árabe, que recebe pela primeira vez uma disputa da WSL em uma piscina com ondas. O diferencial desta piscina é o uso de águas salgadas e de tecnologia de última geração que permitem que as ondas possam chegar a 6 pés de altura.
“Estar no principal programa esportivo da principal emissora de televisão do país ao vivo, com a disputa de uma etapa fora do Brasil, é uma conquista grandiosa para o surfe e fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido há alguns anos e que aproveita não só o potencial de uma talentosa geração do surfe brasileiro para engajar a modalidade no país, como humaniza e conta histórias dos atletas, ajudando a aproximar o público do esporte e a torná-lo atrativo para os fãs”, destacou Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina e colunista da Máquina do Esporte.
Surfe “bombou” em Paris
Vale lembrar que o surfe obteve grande audiência para o Grupo Globo em Paris 2024. As transmissões renderam um total de 47,5 milhões de espectadores, somando-se TV aberta (TV Globo) e TV fechada (Sportv). A título de comparação, a ginástica artística feminina, com a força de nomes como Rebeca Andrade e Simone Biles, gerou 21 milhões de pessoas conectadas.
Além disso, o próprio Medina ajudou a alavancar a modalidade de outra forma, ao terminar a Olimpíada com a foto mais curtida no Instagram. A imagem do brasileiro saltando com o braço esquerdo erguido e o dedo levantado, enquanto a prancha voava paralelamente a ele, feita por Jérôme Brouillet, da Agence France-Presse, ultrapassou 9 milhões de curtidas e 150 mil comentários.
Para se ter uma ideia, nenhum atleta, celebridade ou autoridade chegou sequer perto desta marca.
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Construção ao longo do tempo
A força do surfe entre os fãs brasileiros, no entanto, não teve início na capital francesa. Bons números também já tinham sido vistos nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, disputados em 2021 por conta da pandemia de Covid-19. Um ano depois da competição na capital japonesa, a modalidade ultrapassou os 45 milhões de fãs no Brasil, segundo uma pesquisa do Ibope Repucom.
Além disso, o fortalecimento do Vivo Rio Pro, etapa brasileira da WSL, realizada em Saquarema (RJ), também contribuiu. Na última edição, no ano passado, mais de 350 mil pessoas foram à Praia de Itaúna, gerando um impacto econômico de R$ 159 milhões, de acordo com um relatório da EY.
Esse crescimento exponencial vem sendo monitorado pelo Grupo Globo há alguns anos. Atualmente, o conglomerado carioca de mídia possui contrato com a WSL para transmissões no mercado brasileiro até 2028, envolvendo um pacote multiplataforma na cobertura. Além da TV aberta, o grupo oferece coberturas e produz conteúdos também no Sportv, GE, Globoplay e Canal Off.