A agência de informações e dados esportivos Horizm divulgou um relatório em que revela que, em 2022, as marcas geraram € 79 milhões em valor de mídia com acordos de conteúdo esportivo, ou seja, aquelas que ativam postagens com parceiros que fazem parte do universo do esporte.
Batizado de “Valor Digital dos Fãs”, o relatório concluiu que há uma imensa quantidade de conteúdo esportivo digital que as marcas ainda podem explorar, demonstrando um gigantesco potencial de crescimento não colocado em prática nesse tipo de propriedade. Isso porque, atualmente, os patrocinadores exploram apenas 2% de todo o espaço existente no universo esportivo digital.
“Nosso relatório ‘Valor Digital dos Fãs’ de 2023 demonstra o incrível alcance e valor comercial que a indústria do esporte tem, com ligas, clubes, atletas, criadores de conteúdo e marcas envolvendo bilhões de fãs em todo o mundo e gerando uma grande quantidade de receita por meio de seu inventário digital”, explicou Luis Viveiros, diretor de operações da Horizm.
Ao todo, foram analisadas mais de 590 marcas. O estudo revelou que as marcas de vestuário lideram em termos de ativações digitais, com o setor sendo responsável por 21,1% do conteúdo. Quem mais soube lidar com isso foi a Adidas, com 62,41% do total do segmento, significativamente à frente da rival Puma, a segunda colocada, que contribuiu com 12%.
Em seguida, ficou o setor de viagens e turismo, com 17,2% de todas as postagens. Líder disparada, a Emirates foi responsável por 75,4% do total do segmento, muito à frente da Qatar Airways, que encerrou o ano com apenas 9,5%.
Para fechar o Top 3, o setor de empresas afiliadas de entretenimento e mídia ficou na terceira posição, com 12,4% do conteúdo total. Dentro do segmento, a liderança ficou com a EA Sports, com 68,3%, também muito à frente da segunda colocada, a Konami, com 18,2%.
Que tipo de postagem gera maior engajamento dos fãs?
Anúncios de partidas foram o tipo de postagem que mais geraram engajamento, com o pódio sendo completado por conteúdo histórico e aquecimento pré-jogo. Em termos de conteúdo com maior valor, as postagens de jogos em tempo real foram avaliadas coletivamente em € 57,7 milhões, à frente do conteúdo relacionado a aniversários, que teve uma avaliação de € 45,96 milhões, e conteúdo histórico, que obteve € 44,5 milhões.
Quais ligas estão sabendo faturar mais com valor de mídia?
O relatório classificou a Premier League e a LaLiga como as duas principais ligas quando o assunto é valor gerado. A primeira divisão do futebol inglês obteve € 566,1 milhões em valor de mídia com uma audiência de 863,4 milhões de fãs, enquanto a LaLiga alcançou € 420,1 milhões, falando para 735,4 milhões de pessoas. Já em termos de valor por fã, a J1 League, elite do futebol japonês, liderou com um valor de € 1,95 por torcedor.
E entre as modalidades?
Segundo o estudo, o futebol dominou a lista, com 16 dos 25 primeiros lugares, mas a Indian Premier League (IPL) de críquete, a National Football League (NFL), a National Basketball Association (NBA) e a Fórmula 1 também mereceram destaque como líderes incontestáveis dentro de seus respectivos esportes. No feminino, apenas a Superliga Feminina (WSL, sigla em inglês), a principal divisão do futebol feminino da Inglaterra, marcou presença no Top 25 elaborado pela Horizm sobre valor de mídia digital gerado.
“Embora o futebol continue sendo o esporte dominante no mundo, há ligas cada vez mais populares e valiosas, como NBA, NFL, F1 e IPL. Os exemplos de ligas menores e criadores de conteúdo que geraram mais dinheiro por torcedor fornecem uma lição valiosa para ligas, clubes e atletas maiores”, destacou Luis Viveiros.
E entre os times?
O líder é o Real Madrid, com o arquirrival Barcelona e o Manchester United fechando o Top 3. Juntos, os três geraram mais de € 500 milhões.
Com relação ao engajamento por torcedor, no entanto, o líder é um clube brasileiro. O Corinthians foi considerado o que ganhou o maior valor por torcedor, com € 1,54. Ao lado do Flamengo, o time paulista também foi citado por alcançar altas taxas de engajamento com suas publicações nas redes sociais, postando com mais frequência do que a equipe carioca.
Conclusão
“Para as marcas, parece que não houve um momento melhor para a ativação esportiva. Embora o mercado já seja enorme, com mais de 590 marcas em atividade no setor, apenas 2% do inventário digital do esporte é de conteúdo de marca. Isso apresenta um enorme espaço digital inexplorado para as marcas aproveitarem no futuro”, concluiu o executivo.