Globo transmitirá Copa do Mundo de 2026, mas sem qualquer exclusividade

Após seis Copas do Mundo, a Globo não será a dona exclusiva dos direitos de transmissão do torneio na TV aberta. A emissora e a Fifa chegaram a um acordo nas últimas semanas, pouco antes do início do Mundial do Catar, para renovar os direitos de transmissão da Copa de 2026. Pela primeira vez desde 2002, a compra do evento não incluirá a exclusividade na TV aberta.

A renovação da emissora com a Fifa foi noticiada pelo site Notícias da TV e confirmada pela reportagem da Máquina do Esporte. Nesse novo acordo, o Grupo Globo poderá exibir a Copa na TV aberta, TV fechada, internet e streaming. No entanto, em todas as plataformas, a Fifa poderá negociar com outras emissoras os direitos de transmissão do torneio.

Até este ano, a Globo pagava mais para ter a exclusividade em todas as plataformas. Depois, revendia para outras emissoras os direitos de transmissão. Foi assim desde 2002, quando, pela primeira vez, a empresa adotou esse modelo.

A mudança no acordo foi fruto de uma extensa negociação que Fifa e Globo fizeram desde junho de 2020, quando a emissora suspendeu os pagamentos à entidade por conta da pandemia de Covid-19. Até então, a Globo tinha um contrato que lhe garantia os direitos da Copa do Mundo até 2030 em todas as plataformas.

A alta no dólar e a incerteza gerada pela pandemia fizeram com que a emissora suspendesse os pagamentos e forçasse a Fifa a renegociar os direitos. Nessa renegociação, a Globo assegurou a transmissão da Copa do Mundo Feminina em 2023 e passou a transmitir os Mundiais de Futsal e Futebol de Areia organizados pela Fifa. Além disso, para o Mundial do Catar, a emissora deixou de ter exclusividade no streaming, permitindo que a entidade negociasse esses direitos para terceiros, como o canal do Casimiro, que tem exibido jogos nesta Copa.

As mudanças também incluíram os direitos dos Mundiais futuros, que ficaram em suspenso. Agora, porém, Fifa e Globo chegaram a esse novo acordo. A tendência, a partir disso, é que a entidade negocie diretamente com outras emissoras os direitos para exibir o Mundial de 2026, o primeiro que terá 48 seleções participantes.

Com a renegociação, o Brasil perdeu relevância no negócio total da Copa do Mundo. Em 2002, quando a Globo comprou pela primeira vez com exclusividade os direitos do Mundial, o país passou a ser responsável por quase 40% da receita total da Fifa com direitos de transmissão. Para 2026, a tendência é de que o mercado americano faça com que a entidade tenha a maior arrecadação da história com a venda de mídia de uma Copa.

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