A Ligue 1 deu um passo na direção de superar a crise de direitos de transmissão pela qual tem passado nos últimos tempos com o lançamento de uma plataforma direta ao consumidor (DTC, na sigla em inglês), a Ligue1+.
Nicolas de Travernost, CEO da LFP Media, braço da Liga de Futebol Profissional Francesa (LFP) responsável pelos direitos de mídia das competições do país, afirmou ao L’Équipe que a Ligue1+ ultrapassou a marca dos 600 mil assinantes na semana de lançamento.
“É apenas um começo, satisfatório, mas não é o fim do objetivo. Estabeleci uma meta de 1 milhão de assinantes até o final da temporada. Se fizermos mais, ficaremos muito felizes. Essa mudança surpreendeu todos os nossos distribuidores”, disse o executivo.
O número se aproxima do que o DAZN teria obtido em toda a temporada 2024/2025. Fontes da indústria apontam que a plataforma obteve 700 mil assinantes durante o último ano de Ligue 1.
A baixa adesão desagradou a empresa, que rescindiu o contrato de forma prematura e intensificou a crise dos direitos de transmissão vivida pela LFP.
A Ligue1+ transmitirá oito dos nove jogos disputados por rodada no Campeonato Francês. A partida restante será transmitida de forma exclusiva e ao vivo, nos sábados à noite, pela BeIN Sports. O serviço DTC terá o duelo na íntegra posteriormente.
Crise
A Ligue 1 se tornou uma das ligas mais relevantes do mundo a partir da chegada de grandes nomes do futebol mundial. Na década passada, a competição fechou seu maior acordo doméstico de direitos de transmissão, quando contava com jogadores como Neymar, Edinson Cavani, Ángel Di María e Kylian Mbappé.
Todos esses atletas, porém, deixaram o Paris Saint-Germain e, com isso, a Ligue 1 se viu sem os astros que geraram interesse do público. A consequência foi um último ciclo de direitos de transmissão, iniciado em 2024, com o pior acordo dos últimos 19 anos.
No ciclo válido entre 2016 e 2020, a Ligue 1 recebeu € 726 milhões com direitos de transmissão. Para o período entre 2024 e 2029, o acordo foi de € 500 milhões.
A queda preocupa, pois, além de indicar o desinteresse das emissoras, também diminui as capacidades financeiras das equipes, já que o valor dos direitos de transmissão é dividido entre os clubes.