A Netflix não investirá na compra de direitos de transmissão de competições esportivas importantes, ao contrário de concorrentes que recentemente se embrenharam nesse caminho. Pelo menos essa foi a resposta de Ted Sarandos, co-CEO e diretor de conteúdo da empresa, em entrevista à revista Variety.
A empresa pioneira em seu segmento não utiliza ativos esportivos em sua estratégia de expansão no mercado. Segundo o executivo da Netflix, esses direitos são muito caros, de curta duração e fragmentados, quando comparados a outros conteúdos de entretenimento que podem ser oferecidos em escala global e com perpetuidade.
“Não vimos um caminho lucrativo para nos associarmos com o esporte. Não somos antiesportivos, mas apenas a favor do lucro”
Ted Sarandos, co-CEO e diretor de conteúdo da Netflix
Queda de assinantes
A queda no número de assinantes e a falta de novos mercados para fomentar a expansão da Netflix não fizeram a empresa repensar a estratégia.
Plataformas rivais, como Amazon e Apple, têm usado ativos esportivos nos Estados Unidos na tentativa de aumentar seu número de clientes. Enquanto isso, gigantes mais tradicionais da mídia, como Disney, NBC e Warner Bros. Discovery, acreditam que oferecer uma gama mais ampla de programação, que inclui esportes e entretenimento, é a fórmula para o sucesso em seus canais de streaming.
Embora Sarandos tenha se recusado a descartar totalmente que a Netflix investirá em esporte ao vivo, o executivo enfatizou que não há necessidade de adquirir direitos de competições porque a empresa já havia constituído um modelo de negócios lucrativo.
Séries documentais
A Netflix está convencida de que pode existir apenas como um provedor de entretenimento e que a publicidade e uma nova estratégia de preços flexíveis impulsionarão seu crescimento nos próximos anos.
A empresa alcançou grande sucesso com séries documentais esportivas, como as de Fórmula 1 (“Drive to Survive”, iniciada em 2019) e de basquete (“The Last Dance”, sobre o Chicago Bulls, de Michael Jordan, em 2020). E deve seguir a mesma estratégia nos próximos anos.
Sarandos disse que o sucesso de séries como Squid Game, que atingiu 160 milhões de lares, aconteceu sem a necessidade de programar publicidade no Super Bowl, por exemplo. O executivo se referiu à estratégia que as emissoras têm de estrear um novo programa, com potencial de audiência, logo após o maior evento televisivo dos Estados Unidos.