Super Bowl LVIII: Mesmo com sinal aberto, RedeTV! perde para ESPN na audiência

Patrick Mahomes, quarterback do Kansas City Chiefs, com o troféu de campeão da temporada 2023/2024 da NFL - Reprodução / X (@Chiefs)

Sucesso de audiência e segundo conteúdo mais assistido da televisão nos Estados Unidos em todos os tempos (só perde para a chegada do Homem à Lua, em 1969), o Super Bowl LVIII deixou a desejar no Brasil, em termos de audiência.

A RedeTV!, única emissora da TV aberta a exibir o evento, amargou apenas a quinta colocação no ranking da Kantar Ibope durante a transmissão do jogo, com 0,2 ponto de média no universo do que a empresa considera as 15 regiões metropolitanas do país (antigo Painel Nacional de Televisão).

De acordo com o instituto de pesquisa, cada ponto de audiência nesse universo equivale a 253.273 domicílios ou 658.194 indivíduos. Neste caso, o índice obtido pela RedeTV! representa pouco mais de 50,6 mil residências ou 131,6 mil espectadores.

Em comunicado divulgado à imprensa, a emissora alega ter registrado um alcance de mais de 2,3 milhões de pessoas com a transmissão do Super Bowl LVIII.

Alcance seria o equivalente à quantidade de pessoas que foram expostas a um anúncio ou conteúdo em um meio de comunicação, seja on-line ou off-line, durante o período pesquisado.

Já na ESPN, que transmite a NFL para o Brasil há mais de 20 anos, a transmissão do Super Bowl LVIII registrou crescimento 19% em relação ao evento de 2023, considerando-se o total de domicílios com acessos aos canais por assinatura.

Durante a exibição do duelo entre Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers, o canal do Grupo Disney também liderou a audiência na TV fechada, com índices 76% superiores aos do segundo colocado. Considerando apenas os canais fechados do segmento de esportes, essa diferença chegou a ser de 294%.

A Kantar Ibope Media não divulga dados de audiência, nem mesmo informações segmentadas por nicho, devido a questões contratuais com seus clientes. A Máquina do Esporte apurou, porém, que a ESPN obteve 1,3 ponto de média, no universo dos canais pagos. Nesse caso específico, cada ponto equivale a 141 mil indivíduos com acesso à TV paga.

Considerando-se essa métrica segmentada, a transmissão do canal da Disney foi assistida por 183,3 mil pessoas, o que representa uma audiência superior à registrada pela RedeTV! com o Super Bowl LVIII. O detalhe interessante é que o canal esportivo tem um alcance potencial consideravelmente menor que o da emissora de sinal aberto, justamente por não ser gratuito e depender da assinatura do telespectador. Mesmo assim, registrou índices maiores que os da concorrente da TV aberta.

A explicação para este fenômeno pode estar relacionada a dois fatores principais. O primeiro deles é que o futebol americano ainda é um produto de nicho no Brasil e isso coincide com uma das características da TV por assinatura, que é trabalhar de maneira mais eficaz com esse tipo de conteúdo, ao contrário da TV aberta, que tende a dar mais resultado com programas ou eventos mais abrangentes e populares, ou seja, que buscam alcançar as massas.

Já o segundo se resume aos mais de 20 anos em que a ESPN transmite a NFL para o Brasil. Nesse período, o veículo conseguiu familiarizar grande parte do atual público brasileiro com a modalidade, o que fidelizou essas pessoas às transmissões de futebol americano do canal e praticamente transformou a emissora na principal referência do país quando o assunto é a modalidade.

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