O ano de 2026 ficará marcado pelo retorno do Brasil à MotoGP. A volta será em grande estilo, com direito a uma prova realizada no país e também a um representante nas pistas.
Desde 2007, quando Alex Barros se aposentou do circuito, após uma carreira que durou 21 anos, o país estava sem pilotos na principal categoria da motovelocidade mundial.
Em 2026, isso mudará, com a chegada de Diogo Moreira, de 21 anos, à MotoGP. Neste domingo (16), ele confirmou a conquista do campeonato de pilotos da Moto2. O título nessa categoria de acesso é um feito inédito na história do motociclismo brasileiro.
Antes do Grande Prêmio de Valência, na Espanha, o brasileiro já liderava a competição e garantiria o título mesmo se chegasse em 14º lugar na corrida. Diogo chegou em 11º e alcançou 286 pontos na temporada, 29 a mais que o espanhol Manuel González, principal adversário na disputa pelo campeonato.
Em sua ainda curta carreira, Diogo já acumula feitos inéditos. Em 2024, logo ao ingressar na categoria de acesso, ele foi eleito o “estreante do ano” da temporada. Neste ano, na Holanda, ele se tornou o primeiro brasileiro a vencer uma etapa da Moto2.
No ano que vem, ele alçará voos ainda maiores. Diogo fechou com a LCR Honda para competir na temporada 2026 da MotoGP. A confirmação veio no último mês de outubro, quando o título da categoria de acesso, apesar de bem encaminhado, ainda trazia uma certa carga de incerteza.
Para além do talento que o piloto nascido em Guarulhos (SP) já havia demonstrado, sua contratação para atuar na MotoGP teve razões estratégicas, uma vez que 2026 marcará o retorno das provas da MotoGP ao solo brasileiro, com o GP do Brasil, que será realizado de 20 a 22 de março, no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia (GO).
A última vez que uma corrida da categoria ocorreu em território nacional foi em 2004, no antigo Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ), demolido em 2012 para dar lugar a obras de estruturas usadas nos Jogos Olímpicos de 2016.
O contrato entre a Dorna Sports, que é controlada pela Liberty Media e detém os direitos comerciais da MotoGP, e o governo de Goiás para a realização da prova terá cinco anos de duração.
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Ou seja, os organizadores da categoria já vislumbravam uma oportunidade de expansão com o retorno ao Brasil, movimento que tende a se intensificar com a chegada de Diogo Moreira à categoria, cacifado pelo título na Moto2.
Patrocínios
Atualmente, Diogo Moreira conta com 187 mil seguidores no Instagram. Com a conquista do título e a ida para a MotoGP, a tendência é de que esses números cresçam nos próximos meses.
Em suas redes, o corredor exibe parcerias com diversas marcas. É o caso, por exemplo, da Berria Bikes, que fabrica bicicletas de alta performance.
Na temporada da Moto2 que acabou de se encerrar, Diogo contou com o patrocínio da Yamaha Brasil, que se tornou fornecedora das motos de treino do piloto.
Segundo dados da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), a empresa ocupa a segunda posição no mercado de motocicletas no Brasil, com 14,75% das vendas registradas em março deste ano. A principal concorrente é justamente a Honda, que domina 68,54% do setor no país.
Com a ida de Diogo para a LCR Honda, resta saber se o patrocínio da Yamaha Brasil ao piloto será mantido para o ano que vem.
A Estrella Galicia 0,0 é outra marca que possui parceria com Diogo Moreira. A empresa espanhola, conforme já noticiou a Máquina do Esporte, é patrocinadora global da MotoGP e busca, com esse investimento, impulsionar sua linha de cerveja sem álcool.
