Com Itatiaia Motor Park, Rio de Janeiro deverá voltar a ter um autódromo após 10 anos

Após quase dez anos da demolição do Autódromo de Jacarepaguá e quatro anos do fiasco do Rio Motorpark, o estado do Rio de Janeiro voltará a ter um local para sediar eventos e provas automobilísticas. Na última quinta-feira (11), o projeto Itatiaia Motor Park foi apresentado para autoridades, imprensa local e parceiros estratégicos no Itatiaia Resort & Eventos.

Situado na cidade de Itatiaia, a 180km da capital fluminense e a 230km da cidade de São Paulo, o novo espaço será construído pela iniciativa privada em um terreno de 770 mil m². A entrada do complexo está situada a apenas a 600m da Rodovia Presidente Dutra, a mais importante ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo, e a 2km do Itatiaia Resort, maior e mais sofisticado empreendimento hoteleiro da região.

O empreendimento terá uma pista de 4.200m nos padrões da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), com estrutura para sediar diversas competições, como Stock Car, Porsche Cup e Fórmula 4, por exemplo, e terá homologação de nível 3 da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

Além da pista principal, o autódromo também contará com uma pista off-road apta para sediar provas profissionais de modalidades fora do asfalto, assim como um kartódromo, com uma pista de 1.100m e algumas possibilidades de traçados.

O projeto está sendo desenvolvido por um grupo de empresas privadas, tendo seu projeto básico estruturado pela GEO Consultoria junto da Zoe Engenharia, com investimento capitaneado pelo Grupo Hoteleiro Agulhas Negras. Na primeira fase, serão investidos R$ 25 milhões, mas o total deverá chegar a aproximadamente R$ 80 milhões, com geração de 520 empregos diretos na operação plena e mais 2.500 indiretos.

Do valor total, cerca de R$ 70 milhões serão destinados para obras de infraestrutura e montagem dos circuitos. A expectativa é que a primeira fase seja concluída em 18 meses.

Apesar de embrionário, o Itatiaia Motor Park já conta com o Itatiaia Resort & Eventos, a rede de autopostos rodoviários Graal (com três unidades na região) e a rede de Supermercados Royal (com 11 unidades) como parceiros. Em um futuro próximo, o empreendimento terá usina de energia fotovoltaica e uma megaestação de recarga para veículos elétricos para atender especialmente os veículos que passam pela Via Dutra.

A iniciativa surge após quatro anos do fiasco do Rio Motorpark, que foi anunciado em 2018 e chegou até a assinar um acordo preliminar com a MotoGP para uma corrida que viria a ser disputada em 2021 no Rio Motorsports, autódromo que seria erguido em Deodoro, na capital fluminense. À época, havia até a possibilidade da ida da Fórmula 1 para lá, o que gerou uma disputa entre o presidente Jair Bolsonaro, adepto da ideia, e o então governador de São Paulo, João Doria, que queria manter a prova em Interlagos.

No entanto, em 2019, a Agência Sportlight, do jornalista Lúcio de Castro, revelou que a empresa envolvida na licitação para a construção do autódromo, única a concorrer e, portanto, vencedora, possuía uma ligação com a “Troika Laundromat”, a máquina de lavagem de dinheiro por trás de magnatas russos.

Em resumo, nos últimos quatro anos, o Autódromo de Deodoro não chegou sequer perto de existir, a MotoGP não voltou ao Brasil e a Fórmula 1 permaneceu em Interlagos. Agora, com o Itatiaia Motor Park, o público carioca pode voltar a sonhar mais uma vez em ver de perto algumas das principais categorias do esporte a motor nacional.

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