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Em clima de Super Bowl, F1 encanta Miami e “ganha” mercado americano de vez

Tom Brady. Michael Jordan. Serena Williams. Venus Williams. Dwyane Wade. David Beckham. Se era difícil imaginar tantas lendas do esporte mundial reunidas em um só…

Tom Brady. Michael Jordan. Serena Williams. Venus Williams. Dwyane Wade. David Beckham. Se era difícil imaginar tantas lendas do esporte mundial reunidas em um só lugar, o Grande Prêmio de Miami de Fórmula 1 provou que é possível. De quebra, a prova ainda recebeu uma série de astros e estrelas do cinema e da música nos três dias do evento que promete ser um dos mais disputados pelo público no calendário da principal categoria do automobilismo mundial nos próximos anos.

“A presença de celebridades é diferente de tudo que eu já vi. São CEOs, artistas, atletas famosos, chefes de private equity, imobiliário e indústria”, afirmou Tom Garkinfel, presidente e CEO do Miami Dolphins, em entrevista à Associated Press (AP).

Com tanta gente famosa pelo paddock e 300 mil pessoas nas arquibancadas entre sexta-feira (6) e domingo (8), a quinta etapa da temporada 2022 da F1 mais pareceu um Super Bowl motorizado. O evento foi o maior realizado no Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins, da NFL, desde a disputa justamente do Super Bowl em fevereiro de 2020.

“Nossa parceria na Fórmula 1 certamente será projetada em uma escala global muito parecida com o Super Bowl, se não ainda maior. Será um grande marco cultural, fundindo esportes com entretenimento e muito mais, com potencial para defender a cidade de Miami e criar um legado duradouro. É como sediar o Super Bowl todos os anos. Tem esse tipo de poder”, revelou Keith Sheldon, presidente de entretenimento da Hard Rock International e Seminole Gaming, em entrevista ao site SportBusiness.

O fim de semana pode ser considerado uma prova de que a estratégia da Liberty Media, atual gestora da F1, de se aproximar cada vez mais do mercado americano, deu certo. Em grande parte, isso se deve à enorme popularidade da série documental “Drive to Survive”, da Netflix, que, não à toa, teve a quinta e a sexta temporadas confirmadas justamente às vésperas do GP de Miami.

Apenas em patrocínios, a prova teve os naming rights da Crypto.com (que tem contrato para a propriedade até 2030) e ainda acordos com Red Bull, AutoNation, Gainbridge, Hard Rock International, Heineken, J.P. Morgan e MSC Cruzeiros. Isso sem contar marcas parceiras das equipes, como TAG Heuer (Red Bull) e FTX (Mercedes), que fizeram ativações no final de semana.

Com o GP dos Estados Unidos, em Austin, garantido no calendário até 2026, Miami até 2030 e ainda com a estreia do GP de Las Vegas no ano que vem, a Fórmula 1 definitivamente “ganhou” um mercado no qual sempre foi muito tímida. E, mais do que isso, um mercado que é visto como extremamente importante no quesito financeiro. Ainda não há dados oficiais, mas a estimativa de um impacto de US$ 400 milhões na economia de Miami nos últimos três dias deverá ser confirmada ou até superada. Hotéis, bares, restaurantes, lojas varejistas, transportes e diversos outros setores ficaram lotados.

Para se ter uma ideia, de acordo com o SportBusiness, mesmo muito antes da prova de Las Vegas ser realizada em 2023, o governador de Nevada, Steve Sisolak, já afirmou que a “Cidade do Pecado” deverá receber cerca de 170 mil visitantes no fim de semana da corrida, o que significaria um impacto econômico estimado em US$ 500 milhões. Apenas em quartos de hotéis, a expectativa é de 400 mil diárias pagas durante os três dias de evento.

Não é segredo para ninguém que o público americano é apaixonado pelas suas próprias categorias de esporte a motor, em especial a Nascar, e não deixará de acompanhá-las de perto. Até porque são categorias que atravessam o país e duram o ano inteiro. No entanto, com três visitas a partir do ano que vem, a Fórmula 1 vai cavando cada vez mais seu lugar no coração dos fãs americanos de automobilismo, e a categoria, que até pouco tempo era deixada meio de lado por lá, agora passou a ter um papel de protagonismo nunca antes vista na história. E a tendência é crescer ainda mais nos próximos anos.