A Fórmula 1 iniciará neste fim de semana, com o GP do Bahrein, o calendário de, por enquanto, 22 provas da temporada 2022. Com o retorno mais próximo à normalidade após a pandemia de Covid-19, a Liberty Media, gestora da categoria, acredita que possa aumentar significativamente seu faturamento e voltar aos níveis de 2019.
No ano passado, com presença de torcedores em algumas corridas e o aumento da arrecadação com direitos de transmissão (responsável por 40% do negócio da F1), houve alguma recuperação econômica. Mesmo assim, a F1 fechou 2021 com prejuízo de US$ 120 milhões. Sem levar em conta amortizações, resultado financeiro e impostos, o lucro operacional foi de US$ 40 milhões. Em 2020, o prejuízo havia sido de US$ 444 milhões.
A expectativa é que, neste ano, o faturamento possa superar o de 2019, quando o resultado operacional foi US$ 35 milhões negativos. Em 2021, a F1 faturou US$ 2,136 bilhões ou 86,5% a mais do que na temporada anterior e 5,64% a mais que em 2019, ano em que também superou US$ 2 bilhões na arrecadação.
No ano passado, as taxas pagas pelos circuitos para realizar etapas representaram 31% da receita total ou US$ 662 milhões. A principal novidade para 2022 será o GP de Miami, que estreará na principal categoria do automobilismo. O evento, que terá a Crypto.com como patrocinadora principal, está marcado para o fim de semana de 6 a 8 de maio em um circuito urbano.
Por causa da guerra na Ucrânia, a F1 cancelou o GP da Rússia, em Sochi. Em compensação, a categoria voltará a viajar para Austrália, Japão e Singapura, após dois anos de ausência devido à crise sanitária.
No total, serão realizadas seis corridas na Ásia, onde a temporada será encerrada, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, no dia 20 de novembro. A Europa continua dominando o calendário, com dez provas. As Américas terão cinco etapas, incluindo o GP de São Paulo, penúltima etapa, no dia 13 de novembro. A Austrália, na Oceania, completa o calendário.
Em 2021, ainda houve limitação da capacidade de público em algumas etapas. Outras foram disputadas com portões fechados. No total, 2,69 milhões de torcedores assistiram ao vivo à F1 ao longo do ano.
O número ainda está longe dos 4,12 milhões de pessoas registradas em 2019. A ideia da Liberty Media é recuperar o montante de três anos atrás, quando os GPs tiveram presença média de 200 mil torcedores.
Os direitos de mídia, porém, são o setor em que a detentora dos direitos comerciais da categoria pretende aumentar mais o faturamento. O segmento foi responsável por US$ 852,4 milhões em 2020 (40% do total). Em 2016, quando a F1 ainda não era gerida pela Liberty Media, esse setor representou 32,7% da arrecadação. Em 2021, a audiência das transmissões cresceu 4% em relação ao ano anterior, chegando a 1,55 bilhão de telespectadores no acumulado do ano.
Os patrocínios se mantiveram no patamar de 16% do volume de negócios da F1, o que representa US$ 314 milhões. Aramco, Crypto.com, DHL, Emirates, Heineken, Pirelli e Rolex são os principais parceiros. Os 13% restantes do negócio, ou cerca de US$ 286 milhões, correspondem à receita gerada no paddock via hotelaria.
A gestora da Fórmula 1 aproveitou este ano para reduzir parte da dívida de longo prazo que já é de US$ 2,936 bilhões, 17,3% inferior à de 2020. Tendo em conta que a Liberty Media é dona do Atlanta Braves, da MLB, e de grupos de mídia, a F1 corresponde a 18,7% da dívida de longo prazo do grupo e concentra 18,74% da receita da holding.