Fórmula E em São Paulo: impacto de US$ 120 milhões e símbolo de sustentabilidade

A Fórmula E oficializou, nesta quinta-feira (13), em uma coletiva de imprensa em São Paulo, a primeira prova da categoria no país, marcada para 25 de março de 2023. A Máquina do Esporte já havia antecipado a chegada da F-E pela primeira vez ao Brasil no início de maio, quando houve a assinatura de contrato em Mônaco.

A coletiva foi realizada na sede da prefeitura de São Paulo, no Centro da cidade. Estiveram presentes Ricardo Nunes (prefeito de São Paulo); Carlos Pignatari (governador em exercício); Gustavo Pires (presidente da SP Turis); Alberto Longo (cofundador e diretor geral da Fórmula E); Beatriz Sanchez (diretora regional do Banco Julius Baer para a América Latina) e os pilotos Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara.

Durante mais de duas horas, todos os presentes falaram com a imprensa, e alguns temas foram unânimes: turismo, meio ambiente, sustentabilidade e mobilidade elétrica.

“A Fórmula E tem total sinergia com a cidade de São Paulo. Rapidez, tecnologia, respeito ao meio ambiente, amor, emoção e uma busca contínua para melhorar”, afirmou Ricardo Nunes.

Batizada oficialmente como 2023 Julius Baer São Paulo e-Prix, a prova terá o banco suíço como dono dos naming rights. A empresa, que também é parceira global e acionista da Fórmula E, esteve representada no evento e deixou claro o apoio à chegada da categoria ao Brasil.

“Estamos muito felizes por trazer a Fórmula E para São Paulo. Acreditamos na missão e no propósito da categoria, de melhorar a qualidade de vida das pessoas e investir no futuro. Além disso, temos o mercado brasileiro como um dos dez mais importantes para o banco no mundo, contamos com 300 colaboradores por aqui e queremos crescer cada vez mais”, destacou Beatriz Sanchez.

Sede da prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, recebeu a coletiva de imprensa oficial – Luís França / Netza

Criada em 2014 e conhecida por contar apenas com carros elétricos, a Fórmula E irá para sua 9ª temporada em 2023. Será, inclusive, a temporada mais inovadora da história da categoria, com a implementação dos carros Gen3, os mais rápidos e sustentáveis já produzidos, que serão capazes de recuperar 40% da energia durante as próprias corridas e chegarão a até 320km/h.

“Sou paulista e tenho certeza de que essa prova colocará São Paulo no mapa da mobilidade elétrica. É um marco para o Brasil, em especial para São Paulo. A chegada da categoria por aqui serve como símbolo da busca por um futuro melhor”, revelou Lucas Di Grassi, campeão da Fórmula E em 2016/2017 e embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente.

A prova será disputada no dia 25 de março na região do Sambódromo do Anhembi, que já serviu como anfitriã da Fórmula Indy no país entre 2010 e 2013. A Fórmula E aproveitará equipamentos usados à época, assim como infraestrutura e operações de logística. Chegou-se a cogitar a região do Parque do Ibirapuera para a corrida, mas o fato das ruas não serem largas o suficiente e a questão do trânsito fizeram com que a ideia fosse abandonada. Para que o dia da prova não se torne um caos na região do Sambódromo, a Marginal Tietê não será interditada.

Economicamente, a capital paulista espera um impacto de US$ 120 milhões (cerca de R$ 628 milhões, pela cotação atual), com hotéis, bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais lotados.

“Haverá transmissão da prova para 180 países, e esperamos movimentar o turismo na cidade com visitantes de todos os cantos do planeta. A atração não será apenas a corrida, pois faremos uma série de eventos-satélite durante a semana. Além do impacto financeiro, esperamos gerar cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos, sem contar tudo que a Fórmula E traz no que diz respeito a temas como tecnologia e sustentabilidade. A categoria ainda nos ajudará a dar mais um passo no objetivo maior de transformar a cidade na capital mundial do entretenimento”, disse Gustavo Pires.

Safety car e “carro verde” da Fórmula E ficaram expostos no prédio da prefeitura – Wagner Giannella / Máquina do Esporte

Durante a coletiva, o prefeito Ricardo Nunes ainda aproveitou para falar sobre as iniciativas que vêm sendo tomadas na capital paulista quando o assunto é sustentabilidade. Para ele, a chegada da Fórmula E será um evento histórico, que ajudará a transformar a cidade.

“Somos uma megalópole com 12,5 milhões de habitantes. Temos 111 parques, mais sete que serão entregues, e uma área com 48% de cobertura vegetal. A Fórmula E chega para reafirmar nossos esforços em prol do meio ambiente, como 95% da cidade já abastecidos com lâmpadas de led, 20% dos 13 mil ônibus em circulação sendo elétricos até 2024 e facilidades para quem comprar um carro elétrico”, contou o prefeito.

“A Fórmula E tem a sustentabilidade no coração e é uma bandeira contra a mudança climática. Promovemos a mobilidade elétrica e sustentável, sendo a única categoria net zero [estratégia de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono] do automobilismo mundial. Queremos transformar o mundo para melhor e essa é a ideia que trazemos para São Paulo”, finalizou Alberto Longo.

Os ingressos para a prova, que será a 7ª da temporada 2023, começaram a ser vendidos nesta quinta-feira (13), no site oficial. O primeiro lote, de 5 mil ingressos, tem preços entre R$ 300 e R$ 375.

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