O início de 2025 marcou o retorno do Brasil para a Fórmula 1, com Gabriel Bortoleto. A presença do piloto na principal categoria do automobilismo mundial surge como um potencializador para o interesse nacional pelos esportes a motor e, consequentemente, para o crescimento deles no país.
Gabriel Bortoleto chegou à F1 depois dos títulos consecutivos da Fórmula 3 e da Fórmula 2, algo que só havia sido realizado por nomes como Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri, todos pilotos consolidados atualmente na categoria mais importante do automobilismo.
Ainda na Fórmula 2, o brasileiro deu uma demonstração do impacto que pode causar no interesse dos brasileiros pelo esporte a motor. Os GPs de Abu Dhabi e do Catar, em que Bortoleto tinha chances de ser campeão da categoria, foram transmitidos pela Band na televisão aberta.
Até então, a competição só havia sido exibida no canal fechado BandSports. A mesma coisa aconteceu quando Felipe Drugovich foi campeão da Fórmula 2 em 2022.
Marcas
Ao chegar à Fórmula 1, Gabriel Bortoleto ampliou o interesse das marcas brasileiras na categoria. A Claro, por exemplo, voltou a patrocinar a Sauber, como fez entre 2011 e 2014, enquanto a PicPay se tornou parceira de uma equipe pela primeira vez.
A presença de marcas brasileiras na F1 ajudam a trazer o público brasileiro para a categoria, já que as empresas passam a realizar ativações e ações publicitárias que a aproximam do automobilismo.
Bortoleto também tem sido utilizado por algumas marcas como forma de aproximação com novos públicos, principalmente aqueles das novas gerações. É o caso da Porto, patrocinadora do piloto paulistano.
“Precisamos entender como nos comunicar cada vez mais com esse público mais jovem, como estar próximo dele. Acho que o Bortoleto casa muito com isso”, comentou Oliver Haider, superintendente de marketing da Porto, no Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte.
O relacionamento das marcas com Bortoleto pode ser um ponto de partida para o aumento dos investimentos no automobilismo brasileiro, a partir de novas parcerias em território nacional. Algumas das patrocinadoras do piloto, como Porto e Banco BRB, por exemplo, possuem outros acordos nos esportes a motor.
Interesse
Neste cenário, Gabriel Bortoleto surge como um personagem capaz de potencializar o crescimento do interesse do brasileiro por automobilismo, algo que já tem demonstrado tendências de evolução nos últimos anos.
A pesquisa Sponsorlink, do Ibope Repucom, que contabiliza e relaciona hábitos, perfis, atitudes, consumo e comportamento de compra entre fãs de esportes, apontou que, no final de 2024, 56% dos brasileiros conectados com 18 anos ou mais se declararam fãs de automobilismo. A parcela é equivalente a 65 milhões de pessoas.
Em comparação com 2019, ano da última edição da pesquisa, esse grupo cresceu 63% no Brasil, o equivalente a 25 milhões de pessoas.