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World Aquatics obteve em 2024 a maior receita de sua história, turbinada por Olimpíadas e Mundiais 

Lucro operacional da entidade ficou em US$ 38,8 milhões, enquanto o superávit líquido também foi recorde, de US$ 51,2 milhões

O presidente da World Aquatics, Husain Al-Musallam (à direita), e o CEO da Sony, Kimio Maki - Divulgação

A World Aquatics, entidade que em 2023 substituiu a Fina como reguladora da natação e dos demais esportes aquáticos em nível internacional, viu seu faturamento disparar no ano passado.  

A organização esportiva presidida por Husain Al-Musallam, do Kuwait, obteve em 2024 a maior receita anual de sua história, com um total de US$ 107,8 milhões.  

Os resultados foram turbinados por uma série de eventos ocorridos ao longo do ano, em especial os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e os Campeonatos Mundiais de Esportes Aquáticos de Doha, no Catar, e de Piscina Curta de Budapeste, na Hungria.  

Do montante que a World Aquatics faturou no ano passado, US$ 38,9 milhões foram provenientes dos Jogos de Paris. Outros US$ 32,1 milhões são referentes a direitos de mídia e patrocínio, além de US$ 36,5 milhões de taxas de hospedagem e receita comercial associada. 

O lucro operacional da entidade ficou em US$ 38,8 milhões, enquanto o superávit líquido também foi recorde, de US$ 51,2 milhões. Os ativos combinados da organização alcançaram US$ 241,5 milhões. 

Mudança na estratégia comercial 

Os resultados obtidos pela World Aquatics são consequência da estratégia comercial implantada a partir das chegadas de Husain Al-Musallam como presidente e da nova equipe executiva.  

Por muitos anos, os direitos das competições da antiga Fina estiveram nas mãos da União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês), que fazia a distribuição gratuita dos eventos no continente, e da japonesa Dentsu, para os demais mercados.  

O modelo, além de não gerar divisas, acabava por limitar o alcance dos eventos promovidos pela entidade e, consequentemente, tornava os torneios menos atrativos para os patrocinadores, que representam a principal fonte de receitas da organização.  

Uma das primeiras medidas da World Aquatics, ao substituir a Fina, foi contratar a agência Sportfive para realizar a venda dos direitos globais de suas competições. A Dentsu foi mantida, mas teve sua atuação circunscrita ao Japão e aos mercados do Leste Asiático.  

No ano passado, a entidade voltou a ceder os direitos gratuitos para a EBU, mas seu novo modelo de direitos comerciais e de mídia já estava estruturado.  

Marcas globais

 O formato anterior, desenvolvido pela Dentsu, consistia em firmar parcerias comerciais com empresas japonesas ou com marcas fortes nos locais onde as competições seriam realizadas. 

No modelo atual, a organização tem optado por fechar com marcas globais. No fim do ano passado, por exemplo, ela firmou acordo com a japonesa Sony, que é uma das maiores fabricantes de eletroeletrônicos do mundo. Mas a lista de patrocinadores inclui agora marcas de outros países, caso do Alibaba Cloud, da China.  

Além disso, a atuação da Sportfive não se restringe à venda de direitos de transmissão e patrocínios, mas também envolve acordos com as cidades que sediam os eventos, a busca por receitas auxiliares e até a formulação do calendário de eventos.  

No quadriênio de 2017 a 2020, a entidade enfrentou déficit operacional de US$ 10,2 milhões, situação que foi potencializada pela pandemia da Covid-19 e pelo consequente atraso dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que acabaram ocorrendo em 2021.  

Após a mudança na estratégia comercial, a World Aquatics experimentou forte crescimento em suas receitas. O faturamento com direitos de mídia passou de US$ 16,5 milhões em 2021 para US$ 32,1 milhões em 2024.  

Com o retorno do calendário completo de eventos, após o fim das medidas de isolamento social impostas pela pandemia, a receita com taxas de hospedagem dos torneios saltou de US$ 6 milhões em 2021 para US$ 36,5 milhões no ano passado.